O ministério húngaro das Relações Exteriores negou nesta sexta-feira que esteja fornecendo armas à Ucrânia, após um site afirmar que Budapeste entregou tanques T-72 a Kiev, o que motivou uma queixa de Moscou.
Em um comunicado divulgado na noite desta sexta-feira, Budapeste qualificou a informação do site de "infundada" e rejeitou a declaração da chancelaria russa segundo a qual a Hungria violou seus compromissos internacionais sobre exportação de armas.
A declaração russa cita o site húngaro pró-Moscou hidfo.net, que exibe fotos de tanques sobre trens que estariam a caminho da vizinha Ucrânia.
Segundo o ministério húngaro das Relações Exteriores, os tanques fotografados estavam sendo levados para um depósito militar na própria Hungria, como parte de uma operação logística.
"Este armamento não cruzou a fronteira e não têm nada a ver com os acontecimentos na Ucrânia", destacou a chancelaria.
Uma fonte do ministério da Defesa húngaro disse à AFP que as afirmações do hidfo.net são "ridículas".
Ucrânia diz que destruiu veículos militares russos por invadirem fronteira*
O Exército da Ucrânia disparou sobre veículos militares russos que haviam penetrado sua fronteira na madrugada desta sexta-feira (15/08). "Uma parte considerável" da frota foi destruída pela artilharia, segundo o site do gabinete presidencial ucraniano.
O Conselho de Segurança em Kiev informou que os tanques blindados para transporte de pessoal e caminhões atacados faziam parte de um comboio militar de 23 veículos. Antes, o Exército ucraniano registrara que na, noite da quinta-feira, uma frota de veículos militares russos atravessara a fronteira do país sem autorização.
Jornalistas britânicos atuando no local foram os primeiros a acusar a incursão. De acordo com um porta-voz, as manobras ocorrem praticamente toda noite, a fim de provocar a Ucrânia.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Anders Fogh Rasmussen, também confirmou a invasão do território ucraniano: "Este é um claro sinal de uma continuada participação da Rússia na desestabilização da Ucrânia."
Após a divulgação das operações militares, nesta sexta-feira, a ONU publicou um comunicado instando a "uma imediata desescalada e resolução do conflito através do diálogo". A ONU ressalvou, no entanto, não ter possibilidade de confirmar as notícias da incursão.
Moscou nega e acusa Kiev
Moscou negou a invasão do país vizinho por veículos seus. Contra-atacando, o Ministério russo do Exterior acusou o Exército ucraniano de perturbar a entrega de bens de ajuda humanitária pela Rússia através de uma "intensificação de suas ações militares".
Além disso, Moscou convocou a um cessar-fogo nos combates no leste de Ucrânia e declarou que o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, e o chanceler ucraniano estão negociando sobre o futuro do comboio humanitário estacionado na fronteira comum.
Sob suspeita de carregar reforços para os separatistas das províncias de Donetsk e Lugansk, a frota de mais de 260 veículos está sendo inspecionada por 59 agentes agentes alfandegários e de fronteira ucranianas desde a manhã desta sexta-feira.
Ministros da UE pressionam
Durante uma reunião extraordinária em Bruxelas, os ministros do Exterior da União Europeia apelaram à Rússia para que suste imediatamente "todas as hostilidades" na fronteira com a Ucrânia.
Num comunicado comum, os ministros exigiram que, acima de tudo, deve ser suspenso o fluxo de armas, consultores militares e homens armados, e as tropas devem se retirar da zona fronteiriça.
O Reino Unido convocou o comparecimento a Londres do embaixador russo Alexander Yakovenko "para explicar as notícias sobre uma penetração das forças militares russas na Ucrânia e o continuado fornecimento de armamentos na fronteira".
com DW*