O perito prognostica ainda a elaboração de tecnologias chinesas de mísseis balísticos de baseamento submarino como reação à atividade sem precedentes da República da Coreia na esfera de mísseis.
A China está desenvolvendo um novo míssil intercontinental balístico com a parte divisível da frente, capaz de carregar 12 ogivas nucleares. Estima-se que o míssil possa atingir alvos a uma distância superior a 12 mil quilômetros. Mas não apenas esses parâmetros tornam o míssil um dos mais potentes no mundo, considera Vladimir Evseev:
“A China está criando partes da frente divisíveis, mas também desenvolve um análogo de meios russos de superação da defesa antimíssil. Este acontecimento terá um sério efeito. Se a China já é capaz de realizar aquilo que a Rússia tem, neste caso será muito difícil intercetar seu míssil tanto na fase de voo fora da atmosfera, como durante a entrada na atmosfera até uma altitude de aproximadamente 60 quilômetros.
A seguir, resta pouco tempo de voo, o que dificulta muito a interceção. Deste ponto de vista, a China poderá aumentar a eficácia de superação do sistema americano de defesa antimíssil. Esta será uma séria resposta aos planos dos EUA de desenvolver um sistema estratégico de defesa antimíssil, cujos componentes se encontram no Alasca e na Califórnia. O Japão e a Coreia do Sul são incluídos também no sistema”.
O míssil balístico de terceira geração é mais um atributo da China como potência mundial. Seu alcance é suficiente para atingir alvos no território dos Estados Unidos. Além disso, este míssil tem uma reserva muito alta de energia, o que permite aumentar o número de ogivas, diminuindo seu alcance, ou instalando no míssil alvos falsos e meios de superação da defesa antimíssil.
Hoje, a Ásia é envolvida numa nova volta da corrida de mísseis iniciada pela Coreia do Sul e não pela China, afirma Vladimir Evseev. O perito fez lembrar que Seul está desenvolvendo seu próprio sistema de defesa antimíssil, pode construir mísseis com um alcance de até 800 quilômetros e capazes de carregar ogivas nucleares. Além disso, a Coreia do Sul não enfrenta quaisquer limitações para construir mísseis de cruzeiro de baseamento aéreo e aparelhos voadores não tripulados de grande peso.
“Atualmente, é nomeadamente a República da Coreia que avança na esfera de tecnologias de mísseis. A China vai responder também a esses passos. Quanto à rivalidade entre os EUA e a China, ela é mais equilibrada, não tendo tais avanços evidentes, embora é muito importante para a China dominar tecnologias de mísseis de baseamento submarino.
Refiro-me aos mísseis balísticos destinados para submarinos. A China enfrenta problemas referentes não apenas aos próprios mísseis, mas também à garantia do funcionamento de submarinos atômicos, em particular no que diz respeito aos sistemas de navegação. O progresso nessa esfera aumentará as possibilidades da China, permitindo-lhe assestar de fato golpes de resposta”, destaca Evseev.
Cada novo passo na confrontação entre os EUA e a China na esfera de mísseis provoca uma reação de cada parte. Ao mesmo tempo, essa corrida está envolvendo cada vez mais países asiáticos.
Para além das Coreias do Sul e do Norte, são o Paquistão e a Índia que aperfeiçoam constantemente as caraterísticas balísticas e destruidoras de seus mísseis. A Ásia transformou-se no líder mundial incondicional nessa esfera, o que aumenta riscos de utilização de mísseis.