Após dez dias de bombardeios aéreos, mais de 200 mortes e uma série de iniciativas fracassadas de alcançar uma trégua, o governo israelense anunciou na noite desta quinta-feira (17/07) o início de uma ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.
"Diante dos ataques criminosos do Hamas, que continuou a disparar contra Israel mesmo durante o cessar-fogo humanitário estipulado pela ONU, e de suas perigosas incursões em território israelense, Israel é forçado a defender seus cidadãos", diz o governo Benjamin Netanyahu em nota.
O objetivo, segundo o comunicado, não é retomar o controle da Faixa de Gaza, mas "atingir significativamente a infraestrutura do Hamas e outros grupos terroristas". A ofensiva, afirma o governo, só vai terminar quando esses objetivos forem alcançados.
Entrar em Gaza, um dos territórios mais densamente povoados do mundo, é hoje mais que um desafio militar. Para o governo Netanyahu, mais mortes entre civis palestinos poderiam acarretar um isolamento internacional e a perda de apoio precioso entre os israelenses.
Desde que a operação foi iniciada, Israel já lançou mais de 1.800 bombardeios aéreos em Gaza, deixando mais de 230 palestinos mortos, em sua maioria civis, e ferindo mais de 1.100. Segundo a ONU, mais de 1.370 casas foram destruídas e 18 mil pessoas foram forçadas a abandonar seus lares.
Já o Hamas lançou mais de 1.200 foguetes e morteiros contra Israel. Deles, quase 40 atingiram territórios habitados, deixaram um israelense morto e forçaram milhões a irem para abrigos de guerra. Mais de 230 disparos foram interceptados pelo sistema de defesa aérea de Israel.
A decisão de iniciar uma ofensiva terrestre chega pouco depois de um cessar-fogo humanitário, de cinco horas, para permitir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. A trégua durou cinco horas, na madrugada de quarta para quinta-feira, e foi rapidamente prosseguida por troca de fogo entre Hamas e Israel.
Anunciando a ofensiva, na quarta-feira mais oito mil reservistas foram convocados pelo Exército israelense. Eles se juntaram a outros 42 mil que já haviam sido chamados e estavam de prontidão para uma eventual invasão. O Exército israelense chegou a pedir que cerca de 100 mil palestinos deixem suas residências no norte da Faixa de Gaza.