Holger Alava
O Exército Colombiano registrou uma importante vitória ao eliminar o terrorista do Exército de Libertação Nacional (ELN) Rito Ramón Barreto, também conhecido como “Llanero” e “Crioulo”. Llanero era o subcomandante da Frente José Adonay Ardila Pinilla.
Segundo o General Jaime Alfonso Lasprilla, em 26 de maio, soldados do Exército do Grupo de Cavalaria Montada Casanare Guides Nº 16, destacados para a Sexta Brigada, mataram Llanero durante um intenso confronto armado com terroristas do ELN nos departamentos de Casanare e Arauca.
Llanero era encarregado do comitê financeiro da Frente José Adonay Ardila Pinilla.
Sua morte é um golpe estratégico no ELN, que pratica uma vasta gama de atividades criminosas, incluindo narcotráfico, extorsão, sequestro e lavagem de dinheiro.
Uma grande perda para o ELN
A morte de um líder guerrilheiro como Llanero é uma enorme perda para uma organização criminosa como o ELN, que pratica crimes como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, de acordo com Néstor Alfonso Rosanía Miño, diretor do Centro de Estudos em Segurança, Defesa e Assuntos Internacionais (CESDAI).
“Remover Llanero representa uma vitória para o governo, porque isso irá enfraquecer sua estrutura financeira e suas operações terroristas”, diz Néstor Rosanía.
Segundo o analista de segurança, o ELN é diferente de outros grupos terroristas, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
“O ELN é uma organização terrorista completamente diferente do grupo das FARC de várias maneiras. As FARC têm uma grande força militar. Seus membros ativos são aproximadamente 3.000 (terroristas), enquanto as FARC têm entre 9.000 e 10.000 membros.”
Llanero participou de várias atividades terroristas no município de Tame. Além de trabalhar como chefe do comitê financeiro da Frente José Adonay Ardila Pinilla do ELN, também era responsável pelo recrutamento forçado de crianças da região para entrarem no grupo terrorista.
Llanero foi o principal suspeito dos assassinatos, em fevereiro, dos agentes da Polícia Nacional José Luis Delgado Parrado e Andrés Felipe Castro Ninco. Ambos foram mortos no município de Sácama, em Casanare.
Especialista em explosivos e armas de fogo, Llanero realizou cursos em organização política. A região onde conduzia suas operações era a área conhecida como Tablon de Tame e os municípios de Sácama e Salina, no departamento de Casanare.
Durante a operação militar que resultou na morte de Llanero, as tropas apreenderam um fuzil AR-15, uma pistola, quatro granadas, um computador pequeno, uniformes das forças de segurança e equipamento de comunicação por rádio.
Aliança entre ELN e FARC
Nos últimos anos, o ELN e as FARC lutaram na região de Tame pelo controle de operações criminosas.
“As duas organizações queriam o território para extorquir e sequestrar pessoas por resgate e por isso travaram várias guerras”, diz Néstor Rosanía.
Nos últimos anos, os dois grupos terroristas realizaram acordos de paz. Atualmente, tanto o ELN quanto as FARC atuam na região de Tame.
Llanero coordenava as transações financeiras entre o ELN e as FARC na região de Casanare.
O ELN depende fortemente do dinheiro proveniente de sequestros e extorsões para financiar suas atividades criminosas. O grupo tem com alvo empresários locais, assim como corporações multinacionais. Às vezes, sequestra executivos de empresas internacionais que operam na Colômbia.
No início de 2013, por exemplo, criminosos do ELN sequestraram Gernot Wober, um engenheiro de minas canadense. Ele foi mantido em cativeiro por mais de sete meses.
Os terroristas do ELN sequestraram Wober, vice-presidente de exploração da empresa Braeval Mining, sediada em Toronto, em 18 de janeiro, no departamento de Bolívar, mais de 611 km ao norte de Bogotá.
Wober foi libertado em agosto de 2013.
Llanero começou como combatente terrorista
Llanero começou no ELN como um combatente terrorista. Com o tempo, subiu na hierarquia do grupo.
Não é comum um líder terrorista envolver-se diretamente em combate, como Llanero o fez.
Geralmente, os principais membros se mantêm longe das operações militares, como forma de escapar da justiça, afirma Néstor Rosanía.
Julieta Pelcastre contribuiu com esta reportagem.