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Armas brasileiras serão utilizadas contra sunitas

Nota DefesaNet

O autor mistura fatos na escala do tempo. Em 2008 foram revitalizados 35 EE-9 Cascavel para o Exéricto do Iraque, operação bancada pelo US Army.


Veja a reportagem

Iraque: EE-9 Cascavel Volta à Ação DefesaNet 2008 Link

Quanto à possível recuperação dos ASTROS II, eles eram considerados estratégicos durante a Operação Desert Storm (1991), ao mesmo nível dos lançadores de mísseis SCUD, porém já na época estavam em condição precária de operação. Assim após a OIF (Operation Iraq Freedom), o que restava deve ter sido sucateado pelos americanos.

Abaixo vídeo de 2008

O Editor
 

ROBERTO GODOY
OESP

Comprados por Saddam Hussein, blindados ENGESA Cascavel e lançadores de foguetes ASTROS II serão modernizados pelo Exército iraquiano

O Exército do Iraque vai priorizar a modernização da frota remanescente dos blindados Cascavel e do lançador de foguetes Astros II. Ambos os produtos foram fornecidos às forças de Saddam Hussein entre os anos 70 e 90 pelas empresas Engesa, já extinta, e Avibras Aeroespacial, de Jacareí.

A Avibras entregou ao Ministério da Defesa, há duas semanas, o primeiro lote da sexta geração do Astros, a série 202o, que poderá ser armada com mísseis de cruzeiro, em desenvolvimento, que terão 300 quilômetros de alcance.

Não há detalhes sobre a iniciativa, decidida pelo premiê – e também ministro da Defesa – iraquiano, o xiita Nuri al-Maliki. Os recursos necessários sairão do remanejamento dos créditos do Fundo Especial de Recuperação, aberto há 10 anos pelos EUA, estimado entre US$ 17,5 bilhões e US$ 20 bilhões. O projeto cobre material de origem variada.

A última unidade a utilizar o blindado brasileiro Cascavel EE9 foi a Guarda Republicana, tropa de elite de Saddam – que era cliente da indústria militar de 32 países.

O arquivo da antiga Carteira de Comércio Exterior, a Cacex, registra a exportação para o Iraque de 363 unidades do Cascavel. Armado com canhão de 90 milímetros, o veículo de tração 6×6 foi empregado para missões armadas de reconhecimento, escolta dos grupos de tanques pesados e durante o conflito de 2003, como artilharia móvel em apoio à infantaria leve.

O Exército de Bagdá utilizou também o Urutu EE11, outro blindado 6×6 da Engesa, para transporte de tropas. Foram adquiridos 148 deles – todos destruídos ou perdidos em batalha – desde a guerra contra o Irã, entre 1980 e 1988, o mesmo destino de cerca de 90% dos modelos EE9.

O inventário americano feito em 2013 considera a frota restante do Cascavel em 35 blindados. Poucos estão em condição de uso.

O programa de modernização deve ser entregue ao consórcio dos EUA que executou a revitalização do carro para a Colômbia, trocando motor, o câmbio, e toda a eletrônica de bordo, aumentando o poder de fogo.

O caso do lançador múltiplo de foguetes de saturação Astros II é mais complexo. O Iraque recebeu 66 carretas lançadoras, o equivalente a 10 baterias completas do sistema. As primeiras foram entregues há pouco menos de 30 anos, bem a tempo de serem empregadas para enfrentar a ofensiva iraniana em Faw, península no sul do país.

No começo da Guerra do Golfo, em janeiro de 1991, quase todas as carretas estavam disponíveis – embora os estoques de foguetes com raio de ação de 9 a 70 quilômetros fosse muito limitado. A última encomenda feita pelo comando militar iraquiano foi retida no Porto de Santos pela Avibras, por falta de pagamento – um calote estimado em US$ 100 milhões.

As forças da coalização consideravam o Astros um alvo preferencial. O resultado disso é que teriam sobrevivido 40 rampas até a invasão de 2003. Depois, pouco mais de 20. A Avibras ainda não foi procurada. Uma atualização do sistema é possível mas depende da conservação do material. Envolveria conjunto propulsor, computadores de tiro e a compatibilização com novas munições.

 

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