O presidente americano, Barack Obama, fez nesta quarta-feira (28/05) uma defesa ferrenha de sua política externa e deixou claro o que se poderá esperar dos Estados Unidos no plano internacional nos seus últimos anos de mandato: um país atuante, porém buscando um balanço entre mediação e intervenção. E cada vez menos através de ações militares.
"Dizer que temos interesse em buscar a paz e a liberdade além de nossas fronteiras não quer dizer que cada problema tenha uma solução militar", afirmou Obama, em discurso na Academia Militar dos Estados Unidos, em West Point (Nova York). "Desde a Segunda Guerra, alguns de nossos erros que custaram mais caro aconteceram porque nos precipitamos em aventuras militares sem pensar antes nas consequências."
Um dia após anunciar que a retirada completa das tropas do Afeganistão acontecerá até 2016, Obama pediu ao Congresso que apoie um fundo de 5 bilhões de dólares para ajudar países a combaterem terroristas em seu território.
O discurso é uma resposta de Obama às críticas crescentes à política externa de seu governo. Para a oposição e analistas políticos, o democrata foi ausente demais nas gestões de crises como guerra na Síria, e cometeu erros no combate ao terrorismo.
Ajuda aos sírios
Sobre a Síria, Obama disse nesta quarta-feira ter tomado a decisão acertada. Segundo ele, as tropas americanas não podem se intrometer numa guerra civil cada vez mais sectária. Porém, afirmou, isso não significa que os EUA não devam ajudar o povo sírio a lutar contra "um ditador que bombardeia e mata sua gente de fome".
Em resposta aos críticos, o presidente americano disse que a influência americana não está em declínio. Segundo ele, os EUA jamais foram tão fortes em relação ao resto do mundo: "Aquele que sugere que os EUA estão em declínio ou deixaram sua liderança global escapar, ou está vendo a história de forma errada, ou tem motivos políticos", disse.
Obama defendeu ainda sua atuação na crise ucraniana, alegando que os EUA lideraram o Ocidente na tentativa de isolar Moscou: "A mobilização da opinião mundial e de instituições serve como contrapeso à propaganda russa, à mobilização de tropas na fronteira e às milícias armadas."