Cerca de 300 militares participaram nesta quinta-feira (12/05) no Quartel General da Quinta Divisão do Exército, em Curitiba, de um treinamento do resgate de um ônibus sequestrado e também de defesa biológica, química, radiológica e nuclear. O exercício de adestramento contou com a presença do Coordenador de Defesa de Área, Major-Brigadeiro do Ar Roberto Carvalho; do General de Brigada do Exército, Fernando Marques de Freitas; do Comandante da Força Campos Gerais, General de Brigada Fernando José Soares, entre outras autoridades.
A simulação começou com um ônibus de linha regular sendo tomado por um terrorista que exigia o apoio do Brasil ao seu país. "Atenção! Isso aqui é um sequestro e vou matar todos os reféns se meus pedidos não forem atendidos", disse ele.
Imediatamente uma equipe tática realiza a entrada emergencial e começa a negociação com o sequestrador que ameaça matar os 30 ocupantes do veículo e pede a presença da imprensa e de autoridades políticas.
No ônibus, o clima é de tensão. Enquanto ocorre a negociação, a Coordenação de Defesa de Área (CDA) instala um gabinete de crise para definir as ações que serão tomadas. Configurada a situação de terrorismo, a força de contigência realiza o cerco ao ônibus.
O gabinete de crise aciona diversos órgãos para auxiliar na ação. Em poucos instantes, chegam ao local a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Guarda Municipal, além da Defesa Civil, do SAMU e do Corpo de Bombeiros.
O sequestrador ameaça explodir o ônibus com uma bomba suja que contém material com radiação química. A negociação continua. Aos poucos, os militares da força tática se aproximam. É, então, autorizada a entrada no ônibus. Os militares conseguem imobilizar o sequestrador, mas antes ele joga a bomba. Alguns passageiros ficam feridos.
Começa uma nova etapa do treinamento. Nesse momento, o cerco aproximado afasta-se dando espaço para que os outros órgãos possam trabalhar. Devido à explosão da bomba suja, é necessário fazer a descontaminação das pessoas. A primeira ação é a contenção dos passageiros, feita pela defesa civil e Forças Armadas, para que a contaminação não se espalhe para a população.
"Em exercícios de múltiplas vítimas, sempre há necessidade de colocação de equipes integradas para atender de maneira adequada a todos os pacientes", afirma o Diretor do Sistema de Urgência e Emergência de Curitiba, Ilmar Carneiro Leão.
O Corpo de Bombeiros com a viatura auto bomba tanque e automóvel químico faz a primeira descontaminação. Logo após, as vítimas tiram a roupa e são encaminhadas para um trailler com estrutura de posto de descontaminação total. Em seguida, tomam banho e recebem roupas novas. Elas, então, são atendidas pelos profissionais do SAMU que prestam os primeiros socorros no local e encaminhadas para o hospital mais próximo que já tomou conhecimento da situação e está preparado para atender os pacientes.
"O treinamento foi um sucesso. Esperamos que essa realidade não aconteça, mas se acontecer, estamos prontos para mitigar essa situação de maneira integrada com os diversos órgãos", ressalta o General de Brigada Soares.