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Kiev e Ocidente condenam visita de Putin à Crimeia

Poucas horas após a grande parada em Moscou em comemoração aos 69 anos da vitória russa sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, o presidente Vladimir Putin acompanhou nesta sexta-feira (09/05) os festejos da data na Crimeia.

A primeira incursão do chefe de Estado russo à península no Mar Negro recém-anexada a seu país é interpretada pelo Ocidente como uma afronta. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, qualificou a visita como "inapropriada", já que, do ponto do vista do direito internacional, a região continua sendo território ucraniano.

Para o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, trata-se, pura e simplesmente, de uma "provocação". Diante da crise em diversas partes do país, Kiev suspendeu suas comemorações do feriado patriótico.

O presidente da comissão dos Assuntos Externos do Parlamento Europeu, Elmar Brok, classificou a presença russa ostensiva na Crimeia como um sinal de desestabilização. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, igualmente desaprovou a demonstração. Putin não rebateu nenhuma das críticas.

A República Autônoma da Crimeia se desligou de Kiev e aderiu à Federação Russa a partir de um referendo em 16 de março de 2014. A votação teve forte apoio do Kremlin, inclusive com presença militar, sob a alegação de proteger a população de origem russa, e foi antecedida de uma onda de boatos sobre uma suposta "limpeza étnica".

Parada na separatista Transnístria

O 9 de maio é um dos feriados mais importantes para os russos. Após as dimensões espetaculares dos festejos do "69º aniversário da vitória na Grande Guerra Patriótica" na capital russa, o evento na Crimeia envolveu dez navios de guerra e 70 aviões de combate e helicópteros. Na cidade portuária de Sevastopol, onde se realizou o desfile, está estacionada a frota russa no Mar Negro.

Em seguida ao evento, o chefe do Kremlin declarou que, com a Crimeia, a Rússia está mais forte: o ano de 2014, segundo ele, entrará para a história do país. "Ainda há muito a fazer, mas venceremos as dificuldades, pois estamos unidos", comentou.

O vice-premiê russo, Dimitri Rogozin, também assistiu nesta sexta-feira a uma parada militar na província da Transnístria, na República da Moldávia, na qual estão estacionados 1.500 soldados russos. Aos espectadores reunidos na capital regional, Tiraspol, Rogozin afirmou que a Federação Russa garante a "paz e segurança" à região separatista.

A Transnístria tem cerca de 3.500 quilômetros e uma população de 550 mil. Sob o domínio do líder soviético Josef Stalin (1878-1953), ela foi anexada à Moldávia, porém reivindica sua independência desde o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em 1991.

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