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Ucrânia acusa Rússia de buscar Terceira Guerra Mundial

O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, acusou nesta sexta-feira (25/04) a Rússia, que realiza exercícios militares a apenas um quilômetro da fronteira entre os dois países, de querer iniciar uma Terceira Guerra Mundial ao tentar "ocupar política e militarmente" a Ucrânia.

Apesar dos alertas de Moscou, o governo interino ucraniano continua a combater as milícias pró-Rússia entrincheiradas no leste do país. Já foram ao menos cinco mortos – todos "terroristas", segundo Kiev – na cidade de Slaviansk. Em resposta, o Kremlin mobilizou tropas na fronteira, e a Ucrânia deixou claro que qualquer violação de seu território será respondida.

"As tentativas de abrir um conflito militar na Ucrânia levarão a um conflito militar na Europa", disse Yatsenyuk. "O mundo ainda não se esqueceu da Segunda Guerra Mundial, mas a Rússia quer iniciar uma terceira."

Cerco a Slaviansk

Nesta sexta-feira, forças especiais ucranianas lançaram a segunda fase da operação no leste do país, com a instalação de um cerco à cidade de Slaviansk, atualmente sob controle rebelde.

"As unidades ucranianas acabam de lançar a segunda fase [da operação] que consiste em bloquear Slaviansk e não deixar os reforços [pró-russos] chegarem", declarou o chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, Serguei Pashinski.

Ele acrescentou que as ações contra os paramilitares que se encontram entrincheirados na cidade, com 120 mil habitantes, vão continuar. O objetivo é "bloquear os terroristas e não permitir vítimas entre a população civil".

Um helicóptero Mi-8 das Forças Armadas da Ucrânia, que estava no solo, explodiu ao ser atingido por um disparo de um atirador no aeródromo de Kramatorsk, cidade no leste do país, disse o chefe adjunto do serviço de segurança ucraniano, general Vasili Krutov. "O tiro atingiu o depósito de combustível e aconteceu a explosão", relatou.

O comandante do helicóptero ficou ferido, mas conseguiu abandonar o local da explosão. Kramatorsk está a cerca de 15 quilômetros de Slaviansk, o foco da insurreição pró-russa contra o governo em Kiev. O levante já dura três semanas.

Obama fala em mais sanções

Em visita à Coreia do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que vai conversar com líderes europeus sobre a situação na Ucrânia. Ele afirmou estar pronto para impor mais sanções se Moscou ampliar as ações em apoio a rebeldes no leste ucraniano.

"É importante preparar terreno para que, se virmos um aumento ainda maior da tensão, talvez até mesmo uma incursão militar da Rússia na Ucrânia, que estejamos prontos para aplicar sanções setoriais que teriam consequências ainda maiores", afirmou Obama.

Washington acusa a Rússia de apoiar separatistas no leste ucraniano como parte de uma tentativa deliberada de desestabilizar o país, influenciar as eleições do mês que vem e aumentar seu poder sobre Kiev.

Segundo o acordo de Genebra, assinado na semana passada por Rússia, Ucrânia, União Europeia e EUA, os grupos armados ilegais deveriam se dispersar, o que incluiria os rebeldes pró-Moscou que ocupam mais de dez prédios públicos no leste da Ucrânia.

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