O secretário-geral Ari Matos Cardoso representou o Ministério da Defesa na Comissão Geral sobre Defesa Nacional promovida na manhã desta terça-feira (11/03) no plenário da Câmara dos Deputados. Cardoso tratou das novas diretrizes na área a partir da aprovação pelo Congresso, no ano passado, da Política Nacional de Defesa (PND), da Estratégia Nacional de Defesa (END) e do Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN).
Para secretário-geral, os documentos reforçam o compromisso do País em pensar e operar o sistema de defesa de seu território. “Os projetos hoje em andamento representam esse esforço na área de defesa. O Prosub (projeto do 1º submarino nuclear brasileiro), o KC 390 (avião de carga e abastecimento), o programa nuclear e o KX-HR (helicóptero) são realidade”, afirmou.
Durante a apresentação aos deputados, Ari Matos, ressaltou a evolução das demandas por investimentos das Forças Armadas em relação à Lei Orçamentária: entre 2003 e 2007, o atendimento médio era de 35%; já entre 2008 e 2014 esse percentual subiu para 61%. “Nenhum país consegue desenvolver sua indústria sem passar pela área de defesa. O investimento nos projetos estratégicos das Forças Armadas indica que estamos no caminho certo.”
Projetos estratégicos
Representando o Exército, o general de divisão Luiz Felipe Linhares Gomes destacou sete projetos estratégicos em andamento, entre os quais o Sisfron, que funciona experimentalmente monitorando 600km de fronteira. Gomes disse que projetos estratégicos de defesa não devem ser pensados com base em preços, mas no que representam para o País.
“No caso do Sisfron, que envolve o controle de 17 mil quilômetros de fronteira, se conseguirmos reduzir o tráfico de drogas em 3%, o projeto já se paga”, disse. O general ressaltou ainda que a destinação de mais recursos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias militares é um ganho duplo para a sociedade. “A dualidade é um dos aspectos importantes, nesse caso porque os investimentos feitos no meio militar são mais tarde aproveitados no âmbito civil.”
Os representantes da Marinha, Almirante de esquadra Carlos Augusto de Sousa, e da Aeronáutica, brigadeiro do ar Hudson Costa Potiguara, também citaram projetos importantes em suas áreas e os desafios de garantir a defesa do território e as riquezas do País.
Caças suecos
O brigadeiro destacou o projeto F-X2, que envolve a compra de 36 caças Gripen NG da Suécia. Segundo ele, o processo de compra deverá ser concretizado até o fim deste ano e as primeiras aeronaves ficarão prontas em 48 meses. Potiguara chamou atenção para o fato de 40% do desenvolvimento do Gripen estar a cargo da indústria nacional, por meio de transferência de tecnologia, e 100% da montagem da final do equipamento.
No caso da Marinha, Sousa citou como desafios a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro e o desenvolvimento do sistema de gerenciamento da Amazônia Azul. "Cerca de 90% do nosso petróleo (2 milhões de barris) são extraídos do mar", observa ao destacar a importância da segurança da área marítima brasileira.