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Rio 2016 “importará” de Sochi ideia de policial com traje olímpico, diz diretor

Nada de caças ou baterias antiaéreas. Um dos grandes trunfos observados durante os Jogos de Inverno de Sochi, que ocorrem no clima de ameaças terroristas na Rússia, é o uso de policiais e militares usando o uniforme olímpico dentro da área dos atletas como afirma o site G1. A observação é do diretor de segurança do comitê que organiza os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o delegado e ex-diretor da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa, que está com uma equipe na Rússia acompanhando o evento.
 
Ele diz em entrevista ao G1 que o maior desafio será realizar os jogos no Rio com segurança “sem parar a cidade”.
 
“Uma das lições que aprendemos com Sochi e com as Olimpíadas de Londres (de 2012) é a não-ostensividade das tropas de segurança. Já testamos algo semelhante durante o Panamericano de 2007, quando ninguém usou sua farda original”, diz o delegado da PF.
 
“Os profissionais, quando entram na cidade olímpica de Sochi, se sentem em um ambiente seguro. Não há presença ostensiva de militares de farda, com aquele fuzil atravessado. Estão por aí, espalhados, com o uniforme dos jogos. A baixa visibilidade é um objetivo que queremos alcançar aqui”, afirma ele. Do lado de fora das áreas olímpicas, porém, há vários círculos de segurança ostensiva, inclusive com presença militar nas montanhas que cercam Sochi. Apesar do nível de risco alto e das pessoas estarem sendo revistadas nas estações de metrô e em estabelecimentos comerciais, Luiz Fernando diz que, em Sochi, “não há a sensação de pânico”.
 
Por ser uma cidade balneária e de veraneio, Sochi foi cercada pelos militares, que criaram uma bolha de proteção ao redor – apenas uma estrada dá acesso ao local, que foi bloqueada e monitorada com bloqueios. Os jogos, que terminam no domingo (23), começaram sob o temor de atentados, após comitês olímpicos de Áustria, Alemanha, Itália e Eslovênia receberem cartas com ameaças. Islamitas da região do Cáucaso também divulgaram um vídeo contra o presidente russo, Vladimir Putin, prometendo ataques durante a competição.
 
Nada de caças ou artilharia
 
Segundo Corrêa, tecnologias de defesa que o Brasil não possui hoje e está adquirindo, como os caças suecos Gripen NG e as baterias antiaéreas russas com alcance de média altura (em negociação por cerca de US$ 2,29 bilhões) não são essenciais para a realização das Olimpíadas e não são exigências do Comitê Olímpico Internacional. Os Gripen NG só começam a chegar ao país em 2016, mas a Aeronáutica promete já ter a tempo dos jogos de 2016 entre 8 e 10 unidades do Gripen E/F, para garantir a proteção do espaço aéreo após a aposentadoria dos aviões mais velozes da FAB, em dezembro passado.
 
Meta de efetivo policial
 
No dossiê apresentado pelo Brasil para a candidatura do Rio como sede olímpica, as promessas são de garantir a segurança dos atletas com o máximo de excelência e alinhamento total dos serviços de inteligência, além de uma estrutura única de comando envolvendo Forças Armadas, as policiais civil e militar, Polícia Federal e outros órgãos e um único centro de controle.
 
O estado do Rio fez a promessa de pacificar as comunidades, melhorar o rendimento da Polícia Civil e aumentar o efetivo da Polícia Militar a 54 mil soldados já em 2012, com presença permanente nas áreas de alto risco. Em 2009, quando o Rio se candidatou a sede de 2016, o efetivo da PM fluminense era de 38 mil. Atualmente, são 47.141.
 
“O Brasil prometeu atingir os níveis de efetivo da polícia e é isso agora que estamos buscando agora, alcançar estes números”, na opinião de Corrêa. Para ele, “quando um país se candidata, se compromete a oferecer segurança e demonstra sua capacidade. Os Jogos Panamericanos foram um ensaio e o comitê olímpico observou nossa capacidade em uma época em que a tensão era muito maior em termos de segurança, não havia o processo de pacificação, havia os arrastões, os bondes. Hoje o cenário é mais tranquilo”, diz.
 
Preocupação
 
Uma das grandes preocupações do delegado Luis Fernando Corrêa é garantir toda a logística da cidade olímpica mantendo o nível elevado de segurança e sem atrapalhar a fluidez o trânsito do Rio de Janeiro.
 
Diferentemente de Sochi e de Londres, onde o parque olímpico era fechado e centralizado em apenas um local, no Rio, em 2016, as atividades estarão divididas em quatro locais – os parques olímpicos na Barra da Tijuca e em Deodoro e os estádios do Engenhão e do Maracanã – o que poderá gerar transtornos devido ao deslocamento das equipes. “Esta é uma das coisas que estamos analisando lá (em Sochi), como está sendo a logística, os fornecedores têm de repor as coisas, alimentação, outros aspectos, sempre à noite”.

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