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O sistema bancário brasileiro com um nível de dependência total de sistemas cibernéticos é um alvo perfeito para um ataque. O que ocorreria se o sistema fosse derrubado e nenhuma transação pudesse ser realizada? O Editor |
Marcelle Ribeiro
SÃO PAULO – Depois de centenas de reclamações nas redes sociais sobre débitos indevidos feitos pelo Itaú Unibanco nas contas correntes nos últimos dias do ano,
o banco admitiu a falha, mas não informou o número de clientes afetados nem as localidades onde ocorreram problemas. E acrescentou que “o ressarcimento dos clientes afetados foi automático”, o que dispensaria a necessidade de contato com a instituição. Porém, no início da noite desta quarta-feira, correntistas ainda reclamavam na internet de não reembolso e de informações desencontradas da central de atendimento.
Para o músico baiano Adriano Paternostro, o Itaú informou, via Twitter, que os R$ 600 debitados indevidamente da conta dele seriam devolvidos na madrugada desta quarta-feira, o que ocorreu. Já para o empresário mineiro Silas Diniz Carvalho, a equipe do call center disse que o problema seria resolvido em até cinco dias úteis.
Paternostro notou que havia sido debitado indevidamente depois que viu amigos reclamando do problema pela internet no dia 31 e resolveu verificar seu extrato.
– Vi que tudo que paguei no débito a partir do dia 27 foi cobrado novamente no dia 31. Reclamei pelo perfil do Itaú no Twitter, que respondeu que pagaria no dia 1º e que houve uma falha no sistema – disse.
Sem produtos para a ceia de Ano Novo
Já Carvalho, disse que percebeu o débito em dobro das compras na tarde do dia 31, depois que sua mulher tentou comprar produtos para a ceia de Ano Novo em um supermercado de Belo Horizonte e não conseguiu.
– Minha esposa ficou constrangida quando o cartão foi recusado. Ela tentou fazer uma compra de R$ 70 e não conseguiu. Às 15h, meu extrato mostrava um saldo de R$ 2 mil. Às 17h, quando ela voltou do supermercado, mostrava R$ 130. Tive que pedir dinheiro emprestado – afirmou Carvalho.
O empresário afirma que todas as compras que ele fez no débito do dia 25 de dezembro ao dia 31 foram cobradas em dobro. Ele afirma que tentou sacar o dinheiro no caixa eletrônico e também não conseguiu.
– Depois de 40 minutos esperando pelo atendimento telefônico me deram informações vagas e disseram que o dinheiro seria devolvido em cinco dias. Fiquei indignado. Meu dinheiro é fruto de esforço. O dinheiro é meu, quero ele disponível todo o tempo – contou Carvalho, correntista do banco desde 2007.
Paternostro afirmou estar preocupado com a falta de segurança do sistema bancário.
– Eu achei esquisito, um pouco irresponsável. Se foi falha de sistema é porque ele é inseguro. A gente tem que ficar mais esperto em relação às nossas contas e observar o extrato e as taxas cobradas – disse.