Sergio Pires
newsrondonia.com.br
A ideologia imposta a grandes temas nacionais, a causas que deveriam estar muito acima de crenças político-partidárias, é uma realidade a que temos sido submetidos todos os dias. A ideologia tomou conta das questões da criminalidade, já que ela não é combatida para priorizar os direitos humanos dos bandidos; no campo, onde invasão de terras não é mais crime e em muitas coisas da nossa vida.
A questão da Amazônia não poderia ser diferente. Nosso governo ama as ONGs internacionais, dá-lhes dinheiro e poder e elas se tornam cada vez mais "donas" da mais rica região do país. Numa longa e rara entrevista, dia desses, o comandante militar da região, general Eduardo Villas Boas, que chefia nada menos do que 19 mil homens e mulheres das Forças Armadas, considerou as ONGs como um dos grandes males da região amazônica. Não generalizou, com o perdão do trocadilho. Mas disse com todas as letras: "Não é o caso de estigmatizar as ONGs. Elas preenchem espaços e atendem necessidades da população que nem o primeiro nem o segundo setores têm capacidade de atender. Mas há coisas fora de controle e a gente fica numa insegurança: não sabe quem são nem seus objetivos" .
E foi ainda mais longe, o comandante militar: "muitas vezes as ONGs atuam no sentido contrário aos interesses brasileiros". Poderia ter dado uma dezena de exemplos, mas optou por citar um. E dos mais importantes, o caso da BR 319, que liga Manaus a Porto Velho. " Em 2009, o braço brasileiro da ONG americana Conservation Strategy Fund divulgou estudo afirmando que a reforma da estrada traria prejuízo. É uma rodovia que já existiu, não gerou desflorestamento, não houve prejuízo ambiental. Mas o governo não consegue fazer… é um absurdo. Manaus está conectada à Venezuela, mas não ao restante do Brasil", protestou.
Muito cuidado!
Tem mais: o general, com cuidado e moderação, disse ainda que a Amazônia é como uma colônia dentro do Brasil. A ausência estatal na floresta comprova essa teoria, resumiu. A Amazônia fica nas mãos das ONGs, enquanto o importante para o governo brasileiro e teorizar sobre como ressuscitar cadáveres da ditadura e andar de mãos dadas com governos como os da Venezuela e da Bolívia. O general poderia ir mais fundo, mas infelizmente, não pode. Voz mesmo só pode ter quem concorda com a ideologia de quem está no poder.