Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet
Os dois cenários prospectivos abaixo servem para analisarmos a situação da brasileira Ana Paula Aminhana Maciel, 31 anos, que desde 2006 integra de forma efetiva o grupo ativista Greenpeace.
Local – Bacias de exploração do Pré-Sal, Zona Exploração Econômica (ZEE), área que o Brasil chama de Amazônia Azul. A situação mundial de exploração do petróleo continua sob pressão com a China sendo a maior importadora e consumindo grande volumes da Venezuela e Brasil. O Brasil agora depende 100% dos recursos petrolíferos extraídos no Pré-Sal e está passando a exportar.. Os ativistas, divididos em vários grupos tomam um conjunto de plataformas offshore, conseguem acesso aos centros de controle, e impedem que o petróleo e gás seja bombeado para o continente. Motivo – A ação nos campos do pré-sal é para “alertar” que a Petrobras está liberando os gases de Dióxido de Carbono na atmosfera, ao invés de reinjetá-los nas jazidas. O Dióxido de Carbono acelera o aquecimento global. A ação foi possível devido à grande área a ser monitorada pelo Sistema de Gerenciamento e Monitoramento da Amazônia Azul (SisGAAz), cerca de 150.000 km2, as brechas do sistema ainda não implementado de todo e a falta de meios da Marinha do Brasil e FAB em patrulhar a área. A Marinha começa a mobilizar os GRUMEC (Grupamento de Mergulhadores de Combate) para infiltração e retomada das instalações. Mas é retida nos portos devido a presença de forte contingente naval internacional no Oceano Atlântico. O efeito é direto com repercussões nas ações da Petrobras e paralisia administrativa no PLANALTO. O preço do barril de petróleo dispara no mercado internacional. |
Cenário Prospectivo 2 – Limites Territoriais e Etnias
Os grupos indígenas Ianomâni, clamam por “socorro humanitário internacional” pois estão sendo ameaçado de extermínio pelo governo brasileiro, sua cultura e os ecosistemas da floresta equatorial . Grupos de ativistas ligados ao WWF se infiltram na área e declaram área livre independente, sob salvaguardas de entidades internacionais. Governos vizinhos apoiam . Curiosamente as áreas em discussão contém grandes depósitos de minérios estratégicos, como Urânio e Terras Raras. Imagens publicadas de “atrocidades”, que teriam origem por forças do governo brasileiro, geram manifestações em todo o mundo inclusive em Brasília. |
Detida na Rússia junto com outros 27 ativistas e dois cinegrafistas após a tentativa de membros do grupo de escalar a plataforma Prirazlomnaya, dia 18 de setembro, da empresa russa GAZPROM, a primeira unidade a explorar petróleo e gás no Ártico. No dia posterior a embarcação Artic Sunrise, de bandeira holandesa, foi detida pela Guarda Costeira da Rússia e os seus integrantes acusados de pirataria.
Qual o limite da abnegação e altruísmo ou mero joguete no complexo xadrez geopolítico mundial?
A ”guria só quer salvar o planeta”, declarou a mãe Dona Rosângela, à Zero Hora, 9 de Outubro 2013.
Como podemos classificar a bióloga e ativista Ana Paula Maciel?
– Ativista;
– Agit Prop (Agitação e Propaganda);
– Inocente útil;
– Terrorista;
– Idealista;
– Altruísta, ou
– Massa de Manobra.
Segundo a sua mãe ela teria dito já aos 10 anos: “ Eu não posso ser veterinária. Veterinário só cuida dos animais, e eu preciso cuidar do mundo”
As engrenagens da política mundial movimentam-se, os Holandeses primeiro pois o navio Artic Sunrise estava registrado naquele país.
A própria organização ativista Greenpeace, uma Organização Não Governamental (ONG), com uma estrutura imensa com inúmeras conexões com órgãos de Mídia internacional e grupos de pressão.
Políticos brasileiros por oportunismo como o governador gaúcho Tarso Genro, ou simplesmente, sem qualquer análise crítica como os Deputados Henrique Fontana (PT/RS) e Nelson Pellegrino (PT-BA), respectivamente membro e presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, que aprovaram pedido de libertação de Ana Paula, e enviarão o mesmo ao Governo Russo.
Até a presidente Dilma Rousseff também entrou no processo de pressão, mais diplomática e equidistante, mas jogando para a opinião pública e de olho nas eleições de 2014, emitiu dois tweets, na sua conta @Dilmabr:.
“Solicitei ao min Figueiredo contato de alto nível com o Governo russo p/encontrar solução para a Ana Paula”
“Determinei ao @MREBRASIL que desse toda a assistência à brasileira Ana Paula Maciel na Rússia durante protesto ambiental”
Todos estes atores políticos deveriam conhecer o mecanismo que está em marcha, mas o aceitam com leituras sentimentais.
No caso Ana Paula Maciel o mesmo mecanismo será usado contra o Brasil em um futuro próximo, ou melhor já o é usado de forma sub-reptícia, não atraindo atenção midiática pois os governos têm cedido às pressões.
O que vemos é uma nova guerra, de características midiáticas, em que o Teatro de Operações (TO) é a sala dos cidadãos. E aí não conta o hardpower (blindados, soldados, caças,navios,etc), mas sim o softpower. O poder de convencimento das massas, o poder de pressão indireto e até direto da opinião pública.
O governo russo conhece estes mecanismos e desde o primeiro semestre deste ano tem expulso várias delas do país. E o governo Putin agiu no caso Artic Sunrise sabendo das pressões a que estaria exposto.
Perguntamos quais os objetivos nacionais e qual a linha demarcatória a partir da qual o país realmente lutará por um interesse seu?