Em Nova Santa Rita, no 3º Batalhão de Suprimento, os participantes do Estágio de Correspondente de Assuntos Militares (ECAM) presenciaram uma simulação de remoção de civis situados em zonas de conflito. A atividade, ocorrida na segunda-feira (23/09), faz parte da Operação Laçador, iniciativa do Ministério da Defesa, sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), que busca exercitar procedimentos militares.
Logo na entrada do Batalhão, o Coronel Marcelo Santos, comandante da simulação, recebeu os estudantes e explicou os detalhes do exercício. Para justificar a iniciativa, ele destacou os acordos internacionais de guerra, lembrando instrumentos normativos que protegem a vida humana. “Pelas diretrizes negociadas entre nações, um país tem a obrigação de retirar civis de zonas de combate”, assinala.
O processo de acomodação começa com a triagem, onde as vítimas do conflito são entrevistadas e classificadas conforme seus dados pessoais. Na sequência, recebem acesso aos serviços básicos que a guerra lhes tomou, como atendimento médico geral, alimentação, higiene, além de palestras de segurança pessoal. Nos alojamentos, o critério de divisão utilizado pelos militares é familiar, considerando a fragilidade em que se encontram os indivíduos evacuados. “Pelas condições que chegam, tentamos aproximá-los das pessoas da família. Em um caso de guerra real, o psicológico é o elemento que mais pesa”, conclui o coronel.
Em uma simulação como esta, uma grande equipe precisa ser mobilizada, pois o volume de pessoas resgatadas pode bater a casa dos milhares. Nesse contexto, o coronel Costa Neto, do Centro de Comunicação Social do Exército, destaca o trabalho conjunto realizado entre Exército e sociedade civil. Segundo ele, para se ter sucesso em uma operação militar é preciso envolver um número grande de pessoas da sociedade, assim como buscar o apoio de todos os ministérios. “O Exército não trabalha sozinho”, ressalta.
No caso da Operação Laçador, os escolhidos para representar as pessoas fragilizadas pelo conflito foram pessoas da comunidade da região de Nova Santa Rita. A comunicação de que haveria o treinamento na localidade foi feito com antecedência. Desse modo, uma simulação das Forças Armadas virou uma grande ação caridosa para indivíduos em circunstância de vulnerabilidade social.
Texto: Alunos Luiz Antunes e Gabriel Guidotti
(Centro Universitário IPA)