A disputa comercial entre Embraer e Bombardier, iniciada em meados dos anos 1990, só teve trégua após as fabricantes acordarem em dividir as encomendas, segundo telegramas secretos da diplomacia americana, publicados pelo site WikiLeaks.
A brasileira nega, e a canadense se recusa a comentar.
Desde 1996, Bombardier e Embraer, líderes na fabricação de aviões regionais, acusavam-se de usar subsídios indevidos dos seus governos.
A disputa, segundo documento de 2005 da embaixada americana em Ottawa, esfriou entre 2002 e 2003 devido ao acordo no qual "Bombardier e Embraer dividiram as principais encomendas da US Airways e da Air Canada".
O documento cita um negócio fechado em setembro de 2003 com a Air Canada. Outro telegrama, de 2003, afirmava que um pedido feito pela US Airways em maio daquele ano fora "dividido entre as duas fabricantes".
"Não faz o menor sentido. Não existe e nunca existiu acordo com a Bombardier sobre as vendas de aviões", diz Carlos Eduardo Camargo, diretor de comunicação externa da Embraer.
No caso da Air Canada, ele diz que a Bombardier vendeu 15 jatos, e a Embraer, 60. No caso da US Airways, ele não lembrava a divisão, mas disse que não foi "meio a meio".