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Marinha suspende concurso depois de denúncias

Henrique Gomes Batista

Dez meses após a presidente Dilma Rousseff ter determinado, no pacote de investimentos em portos, uma modernização da praticagem no Brasil — serviço de aproximação dos navios aos terminais que faz seus profissionais, os práticos, receberem até R$ 300 mil por mês — o setor continua a gerar dor de cabeça ao governo. Denúncias de irregularidades e favorecimentos no concurso para a categoria promovido pela Marinha forçaram os militares a suspender, na quarta-feira, parte do processo seletivo. Já há mais de 50 ações judiciais questionando o concurso. Segundo fontes do mercado, a comissão para modernização e barateamento dos custos da praticagem no Brasil ainda não trouxe resultados.
 
A Marinha informou, por meio de nota: assinada pelo vice-almirante Cláudio Portugal de Viveiros, diretor de Portos e Costas, que o órgão tomou conhecimento de que "foram tomados, públicos alguns dados das Provas Prático Orais do certame" e que, por isso, o órgão decidiu abrir sindicância para apurar os fatos e suspender o concurso. Isso pode, segundo fontes, atrasar em até seis meses a conclusão da seleção de novos práticos. O concurso visava à seleção de 206 práticos.
 
Data da prova escrita é mantida
 
A nota afirma que as outras etapas da seleção, como a prova escrita, seguem valendo. Alguns críticos do processo de seleção informam, porém, que mesmo esta etapa tem problemas. Segundo diversas ações que questionam o concurso, muitas destas provas contavam com mais de uma resposta correta ou, em alguns casos, não se baseavam em uma bibliografia pública, o que dificulta a participação de interessados no concurso, além de abrir espaço para uma análise subjetiva dos candidatos.

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