O governo chinês expressou nesta quinta-feira seu "forte protesto" e condenou a visita de dois ministros do Executivo japonês ao Santuário Yasukuni de Tóquio, que presta homenagem, entre outros, aos militares que dirigiram a invasão japonesa à China (1931-45) e que foram condenados por crimes de guerra após a derrota do Japão.
Em comunicado emito pelo Ministério das Relações da China, as autoridades assinalaram que a visita dos dois ministros, Yoshitaka Shindo (do Interior e Comunicações) e Keiji Furuya (presidente da Comissão de Segurança Nacional), "danifica gravemente os sentimentos do povo chinês e de outros países da Ásia".
Também se indicou que o vice-ministro das Relações Exteriores Liu Zhenmin convocou o embaixador japonês na China, Masato Kitera, para apresentar uma queixa formal pela visita em questão.
Representantes do governo do Japão costumam visitar – a título pessoal – o santuário todo dia 15 de agosto, aniversário do fim da rendição desse país na Segunda Guerra Mundial, já que Yasukuni presta homenagem a todas as vítimas de todos os conflitos bélicos contemporâneos sofridos por esse país.
No entanto, este tipo de visitas costuma causar indignação em países vizinhos, como China ou as duas Coreias, já que o templo xintoísta também lembra 14 condenados por crimes de guerra durante a invasão japonesa no Leste da Ásia (como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque a Pearl Harbour e que foi executado em 1948, sob a ocupação americana do Japão).
Este ano, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, anunciou que não visitaria Yasukuni, em um esforço para reduzir as tensões entre China e Japão, após um ano de frequentes atritos pelo conflito territorial em torno das ilhas Diaoyu/Senkaku.
A decisão japonesa de nacionalizar três dessas ilhas desabitadas, reivindicadas pela China há décadas (e situadas em águas ricas em recursos pesqueiros e possivelmente também energéticos) fragilizou as relações entre Pequim e Tóquio nos últimos 12 meses.