O governo do Haiti e a ONU lançaram nesta terça-feira um apelo urgente para arrecadar US$ 100 milhões em ajuda humanitária para os 2 milhões de haitianos ameaçados pela fome, doenças e catástrofes naturais em 2013.
"O pedido de ajuda se refere às necessidades mais cruciais para pessoas, cuja vida está em perigo. Ainda há pessoas em acampamentos três anos depois do terremoto (de janeiro de 2010), há picos de desnutrição no país, onde se registra um aumento da epidemia de cólera", disse à AFP a responsável pela coordenação de ajuda humanitária da ONU no Haiti, Johan Peleman.
Os fundos devem cobrir as necessidades mais imediatas até o final do ano, beneficiando 935.500 pessoas mais vulneráveis que não receberam ajuda até hoje e que seriam potenciais vítimas do cólera da temporada de furacões em curso.
"Estabelecemos em 800 mil o número de pessoas em situação de urgência de assistência alimentar, 120 mil pessoas deslocadas à espera de soluções para seu retorno, 100 mil vítimas potenciais do cólera e pelo menos 225 mil que podem se ver gravemente afetadas pela temporada de furacões", acrescentou um comunicado da Missão da ONU no Haiti.
A ONU lamenta que os sócios humanitários do Haiti sejam em menor número nesses últimos tempos, quando as necessidades continuam sendo grandes. "Constatamos uma baixa considerável de participantes. De mais de 300, não passam de uma centena agora. A generosidade do mundo com o Haiti após o terremoto está em queda livre, embora ainda haja necessidades críticas", completou Peleman.
Um forte terremoto devastou o país em janeiro de 2010, deixando mais de 250 mil pessoas.