O sistema de controle de voos da Islândia (Isavia) enviou ontem um alerta a todos os responsáveis por voos transatlânticos para que mantenham distância do espaço aéreo do país. Entre os que receberam o aviso estava o comando do Air Force One, que levou o presidente dos EUA, Barack Obama, à Irlanda.
A nuvem de cinzas vulcânicas levantada pela erupção do Grimsvotn fez a Isavia fechar o espaço aéreo em um raio de 220 quilômetros ao redor do vulcão. A área é maior do que a estipulada no ano passado quando ocorreu a erupção do Eyjafjallajökull – 130 quilômetros em torno da cratera.
"O Grimsvotn não deve causar nada parecido com o que se viu no ano passado", diz Pall Einarsson, professor de geologia da Universidade da Islândia. Em 2010, a situação que levou ao caos no sistema de transporte aéreo europeu foi causada por "um vulcão incomum, uma distribuição de cinzas incomum e um padrão climático incomum."
Apesar das previsões otimistas, a população da capital Reykjavik ficou assustada ao ver a coluna de cinzas que escureceu o céu e podia ser vista a 200 quilômetros de distância. A cidade foi atingida por uma chuva negra e as entidades de defesa civil tiveram de auxiliar os moradores de áreas rurais a abrigar suas criações de animais.
É a quinta erupção do Grimsvotn desde 1993. A cratera soltou lava também em 1996 e 1998. A última erupção havia sido em 2004, quando o tráfego aéreo sobre a Islândia também precisou ser interrompido por poucos dias.
A exemplo de 2004, a pior fase da erupção atual deve passar em breve, segundo outro geólogo da Universidade da Islândia. Para Magnus Tumi Gudmundsson, "tudo deve terminar em dois ou três dias". Matthew Roberts, do Escritório de Meteorologia da Islândia, concorda. "A intensidade da erupção já diminuiu muito desde as primeiras horas", afirmou.