A Ucrânia atacou um aeródromo no sul da Rússia na madrugada desta quarta-feira (11) com mísseis ATACMS de longo alcance fornecidos pelos EUA, informou o exército russo, que prometeu responder com “medidas apropriadas”.
“Foram usados seis mísseis balísticos ATACMS fabricados nos EUA. Dois dos mísseis foram abatidos pelo sistema de defesa aérea Pantsir, enquanto os outros foram desviados com equipamentos de guerra eletrônica”, informou o Ministério da Defesa russo.
A queda de fragmentos “causou feridos entre o pessoal” militar no local e “danificou” dois edifícios, acrescentou a instituição.
“Este ataque com armas de longo alcance ocidentais não ficará sem resposta e serão tomadas as medidas apropriadas”, afirmou o ministério.
Recentemente, em resposta a bombardeios semelhantes, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou bombardear os centros de decisão em Kiev e os países ocidentais que fornecem armas de longo alcance à Ucrânia com um míssil hipersônico experimental, chamado Oreshnik, capaz de carregar uma carga nuclear.
Um funcionário dos Estados Unidos, que pediu anonimato, alertou nesta quarta-feira que Moscou poderia atacar “nos próximos dias” o território da Ucrânia com esse míssil.
Até o momento, as autoridades ucranianas não reivindicaram nem comentaram sobre o suposto ataque.
Moscou manifestou sua indignação quando, no mês passado, os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a usar o sistema de mísseis ATACMS.
Em resposta aos frequentes bombardeios russos contra infraestruturas e cidades da Ucrânia, Kiev intensificou seus ataques contra locais militares e energéticos da Rússia, para perturbar a logística do exército de Moscou, que ocupa cerca de 20% do território ucraniano.
Diante dos bombardeios de Kiev, a Rússia lançou, em 21 de novembro, pela primeira vez, um míssil Oreshnik, em resposta, segundo Putin, ao uso, por Kiev, de armas ocidentais de longo alcance.
Esse míssil, desconhecido até então, pode alcançar qualquer lugar da Europa e poderia chegar à costa oeste dos Estados Unidos, de acordo com as características descritas pelo presidente russo, que prometeu avisar antes de lançá-lo.
Ucrânia ataca porto russo e afirma que depósito de petróleo foi atingido
MOSCOU (Reuters) – A Ucrânia atacou um porto do sul da Rússia no Mar de Azov com mísseis e provocou um incêndio em um depósito de petróleo na região ocidental de Bryansk com drones, disseram autoridades, fontes e vários veículos de mídia.
A extensão dos danos e as armas usadas no ataque ao porto não ficou clara, embora a Rússia tenha advertido repetidamente que o uso pela Ucrânia de mísseis Atacms dos Estados Unidos na fronteira representa o envolvimento direto do Ocidente e corre o risco de desencadear uma guerra mais ampla.
Kiev diz que atinge as instalações de energia russas em retaliação aos ataques à infraestrutura de energia ucraniana, que derrubaram cerca de metade da capacidade de geração disponível da Ucrânia durante a guerra, danificaram a distribuição e causaram apagões.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as unidades de defesa aérea destruíram 14 drones ucranianos durante a noite sobre Bryansk, que faz fronteira com a Ucrânia.
O governador regional Alexander Bogomaz disse no Telegram que uma instalação de produção não especificada pegou fogo brevemente.
Os militares ucranianos disseram que o ataque causou um grande incêndio em um depósito de petróleo, enquanto a mídia independente russa ASTRA informou que uma refinaria havia sido atingida e mostrou chamas.
O gasoduto Druzhba, de construção soviética, que bombeia petróleo da Sibéria Ocidental e do Mar Cáspio para a Europa, passa por Bryansk, assim como o Baltic Pipeline System (BPS), que vai para o Mar Báltico.
A operadora de gasodutos do Cazaquistão, Kaztransoil, disse que Druzhba não foi danificado. Citando as autoridades russas, afirmou que uma instalação industrial pegou fogo e que não havia ameaças aos suprimentos de petróleo originários do Cazaquistão.
O Cazaquistão planeja enviar 130.000 toneladas (31.000 barris por dia) de petróleo para a Alemanha em dezembro via Druzhba, além dos 1,358 milhão de toneladas enviadas neste ano.
Uma fonte do setor ucraniano disse que o ataque noturno a um depósito de Bryansk não afetou o trânsito de petróleo para a Europa via Ucrânia.