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PF indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno e mais 34 por golpe de Estado, Veja a lista

Pepita Ortega, Fausto Macedo, Rayssa Motta
Portal Estadão
21 Novembro 2024

O ex-presidente da República
O ex-presidente da República Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, o ex-chefe do GSI general Augusto Heleno, o presidente do PL Valdemar Costa Neto e mais 33 investigados nas Operações Tempus Veritatis e Cotragolpe. A PF atribui ao ex-chefe do Executivo, militares de alta patente e aliados os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Somadas, as penas máximas previstas para esses delitos chegam a 30 anos de prisão.

A defesa de Bolsonaro afirma que não tem informações sobre a conclusão da Polícia Federal. Quando o ex-presidente foi intimado a depor no inquérito, em fevereiro, ele se manteve em silêncio.

Entre os indicados estão o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e o general Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército. O general Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, também foi indiciado.

Os indiciados são:

  1. Ailton Gonçalves Moraes Barros –
  2. Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva – coronel do Exército;
  3. Alexandre Rodrigues Ramagem – deputado federal com quem a PF apreendeu a minuta do golpe;
  4. Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha;
  5. Amauri Feres Saad
  6. Anderson Gustavo Torres
  7. Anderson Lima De Moura – coronel do Exército;
  8. Angelo Martins Denicoli
  9. Augusto Heleno Ribeiro Pereira – general ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional
  10. Bernardo Romao Correa Netto
  11. Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
  12. Carlos Giovani Delevati Pasini – coronel da reserva;
  13. Cleverson Ney Magalhães
  14. Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira – general ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter);
  15. Fabrício Moreira De Bastos
  16. Filipe Garcia Martins
  17. Fernando Cerimedo
  18. Giancarlo Gomes Rodrigues
  19. Guilherme Marques De Almeida
  20. Hélio Ferreira Lima
  21. Jair Messias Bolsonaro – capitão reformado, ex-deputado e ex-presidente;
  22. José Eduardo de Oliveira e Silva – coronel da reserva;
  23. Laercio Vergilio – coronel da reserva
  24. Marcelo Bormevet
  25. Marcelo Costa Câmara
  26. Mario Fernandes
  27. Mauro Cesar Barbosa Cid
  28. Nilton Diniz Rodrigues
  29. Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho
  30. Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira – ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército no governo Bolsonaro;
  31. Rafael Martins De Oliveira
  32. Ronald Ferreira De Araujo Junior
  33. Sergio Ricardo Cavaliere De Medeiros
  34. Tércio Arnaud Tomaz
  35. Valdemar Costa Neto
  36. Walter Souza Braga Netto – ex-ministro da Defesa que foi vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  37. Wladimir Matos Soares

Os 37 indiciados estão ligados à tentativa de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições 2022. O plano da suposta organização criminosa previa até o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

As investigações mostram que o planejamento da ruptura democrática, contou com reuniões com a cúpula das Forças Armadas, rascunhos de minutas golpistas, planilha com detalhes do golpe, minuta de ‘gabinete de crise’ que seria instalado após a ruptura e até o plano de envenenamento de Lula e de eliminar Moraes à bomba.

Um dos pontos principais do documento é a indicação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano de assassinato de Lula, Moraes e Alckmin.

O documento de mais de 700 páginas foi enviado ao Supremo Tribunal Federal na tarde desta quinta-feira, 21 – mesma data em que ocorre a audiência que vai selar o futuro da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

O relatório situa os indiciados em seis núcleos da suposta organização criminosa:

  • Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
  • Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
  • Núcleo Jurídico;
  • Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
  • Núcleo de Inteligência Paralela;
  • Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas;

Militares

A Polícia Federal indiciou todos os integrantes de um grupo que foi batizado, ao longo do inquérito como Núcleo de Oficiais de Alta Patente – militares que “utilizando-se da alta patente que detinham, agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado”.

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