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A Força Aérea Brasileira deu início ao Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024

A Força Aérea Brasileira deu início ao Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024 na Base Aérea de Natal! Com 16 países participantes, mais de 3.500 militares e 100 aeronaves, o treinamento, que vai até 15 de novembro, tem o objetivo de aprimorar táticas conjuntas e fortalecer o preparo das Unidades Aéreas. Uma simulação de guerra para garantir a excelência operacional das nossas Forças Armadas!

Entre sexta-feira (01) e domingo (03), pousaram a maioria dos meios aéreos previstos para o maior treinamento de guerra da América Latina.

A movimentação de aeronaves chegando à Base Aérea de Natal (BANT), no Rio Grande do Norte, para o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) foi intensa neste fim de semana. Entre sexta-feira (01) e domingo (03), pousaram a maioria dos meios aéreos previstos para o maior treinamento de guerra da América Latina.

A Cruzex 2024, que será realizada de 03 a 15 de novembro, envolverá cerca de 100 aeronaves e mais de 3.600 militares em um exercício multinacional e operacional organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) desde 2002 e que visa o treinamento conjunto em cenários de conflito, promovendo a troca de experiências entre os países participantes. 

Neste ano, 16 países participam, sendo o Brasil com os caças F-39 Gripen, F-5EM, A-1, A-29B, aviões de transporte C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium, E-99M e helicóptero H-36 Caracal da FAB, além do A4 da Marinha do Brasil (MB); a Argentina, com IA-63 Pampa e KC-130H; o Chile com o KC-135 e F-16; a Colômbia com KC-767; os Estados Unidos com F-15 e KC-46 (767); Paraguai com AT-27 e C-212; Peru com KT-1P e KC-130; e Portugal com KC-390.

Treinamento militar é realizado até o dia 15 de novembro na Base Aérea de Natal (BANT)

A Força Aérea Brasileira (FAB) deu início, no último domingo (3/11), na Base Aérea de Natal (BANT), às atividades do Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024. A abertura ocorreu com o apronto inicial, no qual o Diretor do treinamento, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende ministrou briefing sobre as diretrizes e determinações que serão seguidas.

Com uma combinação de destreza operacional e coordenação entre diversas unidades militares, o treinamento, que ocorre até o dia 15 de novembro, reúne 16 países, mais de 3.500 militares e cerca de 100 aeronaves com o objetivo de aprimorar táticas conjuntas e adestramento técnico das Forças Armadas.

A CRUZEX 2024, concebida pelo Comando de Preparo (COMPREP), visa ao amadurecimento doutrinário e à identificação de oportunidades de aperfeiçoamento no processo de preparo das Unidades Aéreas (UAe) e Unidades Aeronáuticas (UAer). Durante o exercício, os participantes enfrentarão uma situação hipotética de Guerra Regular, Regional e Limitada, focando, assim, no cumprimento de ações de Força Aérea.

De acordo com o Comandante de Preparo, Tenente-Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic, a CRUZEX é um treinamento fundamental para a Força Aérea Brasileira (FAB), que tem como base o preparo de tripulações, sobretudo com a chegada de novas aeronaves e tecnologias. “O Exercício é uma oportunidade de estreitar os laços com as nações-amigas participantes e de colaborar com o treinamento de outros países. O próprio planejamento logístico que foi executado já é um treinamento para nós, uma vez que lidamos com o desafio de unir esquadrões e equipes diferentes, durante um período de tempo, na Base Aérea de Natal. Nesse sentido, envolvemos todos os Órgãos de Direção Setorial para coordenarmos o necessário para a execução da CRUZEX, desde o envio de aviões e equipamentos até o apoio para a alimentação dos nossos participantes e, com certeza, teremos muitas lições aprendidas ao final desse processo”, relatou o Oficial-General. 

Você sabe o que é Guerra Regular, Regional e Limitada?

A Guerra Regular, também chamada de guerra convencional, caracteriza-se pelo confronto direto entre forças militares convencionais de dois ou mais Estados, geralmente envolve exércitos formalmente organizados, com divisões claras. A Guerra Regular também é o tipo de conflito mais provável em disputas territoriais ou políticas entre países com forças armadas tradicionais.

Já a Guerra Regional envolve disputas que, embora possam ter impactos internacionais, estão confinadas a uma região ou área geográfica específica. E a Guerra Limitada refere-se a conflitos em que o uso da força militar é restringido de maneira deliberada, na qual as partes envolvidas estabelecem limites claros. Esses conflitos tendem a ser mais focados, como em intervenções específicas, operações militares localizadas, ou ataques de precisão com armamentos inteligentes.

A CRUZEX 2024

O exercício será dividido em três etapas: a primeira, chamada FAM (Familiarization), consistirá em voos de familiarização na região, permitindo que as tripulações se adaptem à Área de Operações; a segunda, FIT (Forces Integration Training), promoverá a integração entre as diversas Forças Aéreas participantes; e a última etapa envolverá voos em cenários pré-planejados e com diversas aeronaves, conhecidos como Composite Air Operations (COMAO) ou Missões Aéreas Compostas.

Sob direção do Comandante da BANT, Brigadeiro do Ar Ricardo Guerra Rezende, a CRUZEX 2024 tem o objetivo de manter a atualização das táticas, técnicas e procedimentos em missões aéreas compostas, preparando nossas Forças para cenários de guerra convencional e enfrentando desafios complexos. “Além disso, reforço a importância do exercício na contribuição para a ordem e a paz mundial, além da manutenção da soberania e integridade territorial do Brasil”, enfatizou.

Com um foco especial em defesa cibernética, defesa antiaérea e controle satelital, a CRUZEX 2024 promete ser um marco na preparação e integração das Forças Armadas do Brasil e de seus aliados, fortalecendo a capacidade operacional das Forças Armadas brasileiras, além de promover a cooperação internacional, essencial em tempos de crise e operações militares complexas.

Novidades para a edição de 2024

Uma das principais novidades é a introdução da CRUZEX Cyber, uma simulação cibernética projetada para melhorar a segurança dos sistemas críticos que sustentam as operações aeroespaciais.

A simulação adota um modelo de Capture The Flag (CTF), no qual as forças participantes serão desafiadas a proteger e atacar sistemas virtuais. Essa abordagem reflete a crescente importância da guerra cibernética no contexto militar contemporâneo, capacitando as Forças Armadas a lidar com ameaças emergentes nesse domínio.

Além das inovações cibernéticas, a FAB estará representada por uma frota diversificada de aeronaves, incluindo os modernos caças F-39 Gripen – que participam, pela primeira vez, de um exercício militar –, F5EM, A-1AM e A-29B, além dos aviões de transporte C-99, C-105/SC-105 Amazonas, KC-390 Millennium e E-99M e, ainda, helicópteros H-36 Caracal. A Marinha do Brasil também estará presente com o caça A4.

Neste sentido, o Diretor da CRUZEX 2024, Brigadeiro do Ar Rezende, comenta sobre a relevância dessas inovações para a capacitação das Forças Armadas brasileiras e seus aliados, bem como para a cooperação internacional em tempos de incerteza. “A introdução do domínio cibernético e a diversidade de aeronaves nos permitem fortalecer nossas capacidades e garantir que estamos preparados para os desafios atuais e futuros”, conclui.

Participação internacional

O exercício contará com a participação de diversas nações parceiras, incluindo Estados Unidos, Argentina e Chile, que contribuirão com suas próprias aeronaves de combate e reabastecimento, como F-15, KC-130 e F-16. Essa colaboração internacional enfatiza a importância da cooperação militar em um mundo onde as ameaças são cada vez mais complexas.

O Comandante da Agrupação da Força Aérea do Chile, General de Brigada Aérea Nelson Pardo Ocaranza, que participa da CRUZEX 2024, destaca a importância do exercício e também os desafios que ele implica para sua Força. “Devido à magnitude da estrutura e dos meios participantes da CRUZEX, este exercício permite que a Força Aérea do Chile fortaleça a interoperabilidade com as demais forças aéreas participantes. Ele fortalece nossa prontidão operacional, enriquecendo o intercâmbio de conhecimentos e experiências no uso do poder aéreo em um cenário multidomínio, tudo sob a metodologia de planejamento da OTAN. Sem dúvida, a CRUZEX é uma oportunidade que reforça os laços entre as forças participantes, validando a importância da criação de espaços operacionais para um propósito comum”, conclui.

Fotos: Suboficial Johnson, Sargento Müller Marin, Sargento Mônica/ CECOMSAER

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