A pauta a ser discutida entre Brasil e Itália na reunião presidencial entre Brasil e Itália inclui o caça M-346 A foto mostra o M-346 equipado com míseis ar-ar Iris-T também adquiridos para o caça F-39E/F
Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet
O jornalista Robson Bonin apresentou no dia 25 Outubro a pauta de discussão da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni e Lula ,na cúpula do G20, que ocorrerá em 18-19 Novembro 2024 no Rio de Janeiro.
Como DefesaNet tem mencionado em vários artigos s urgência operacional, com a desativação do caça-bombardeiro AMX e o atraso do Programa Gripen F-39E/F, coloca a Força Aérea Brasileira em situação difícil.
A negociação com a Itália para o caça M-346 assume então uma questão prioritária.
Abaixo texto da nota de Robson Bonin na Veja.
Como será a conversa de Lula com a primeira-ministra da Itália no G20
Robson Bonin
Veja.com
25 Outubro 2024
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni (Ricardo Stuckert/Planalto)
Durante a cúpula de líderes do G20, nos dias 18-19 Novembro, Rio de Janeiro, pauta da reunião de Lula e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni vai tratar de energias renováveis, a concessão da ENEL em São Paulo e o acordo Mercosul-União Europeia. A Itália quer ser a porta de entrada, no continente europeu, para as exportações brasileiras.
Segundo fontes do Planalto, Meloni também vai discutir com Lula um acordo para fornecer 24 aviões de combate leve M-346 para a FAB e pelo menos seis para a Marinha do Brasil. Os dois países já conversavam sobre o assunto.
Os aviões deverão ser equipados com sistemas eletrônicos e armamento fabricados no Brasil. “A FAB precisa urgentemente substituir os AMX, também desenvolvidos em cooperação com a Itália, e o M-346 é uma solução moderna e de custo acessível, que será complementar aos caças suecos Gripen”, diz uma fonte do Planalto.
DefesaNet já havia recebido informações sobre o interesse do Brasil e da Itália na construção de uma parceria estratégica para aeronaves de caça Leonardo M-346FA. As conversas foram feitas nos níveis mais altos dos dois países.
Durante a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul a República Italiana foi praticamente a única a enviar aeronave com suprimentos para a região. Posteriormente o próprio presidente da Itália, Sergio Mattarella, primeira visita de um mandatário italiano em 24 anos ao Brasil, visitou em 16 Julho, o Rio Grande do Sul.
Reunião de trabalho do presidente da Itália, Sergio Mattarella com Lula no Palácio do Planalto Foto Planalto
Chegada do Boeing 767 com 30 toneladas de ajuda humanitária. À esquerda, o Cônsul Geral de Porto Alegre Valério Caruso, o Embaixador da Itália Alessandro Cortese, o representante da comunidade ítalo-brasileira Kaiser David Konrad e o Comandante da Base Aérea de Canoas Coronel Aviador Thiago Romanelli.
(ver a matéria – Notas Estratégicas BR – Voo humanitário relança parceria estratégica entre Brasil e Itália)
DefesaNet teve a oportunidade de conhecer a instalação industrial da Leonardo em Venegono e ver a versão de combate conhecida como M-346FA, que possui capacidades operacionais muito superiores a qualquer caça leve da atualidade.
Sua alta tecnologia e velocidade transônica (operando entre os limites das velocidades subsônica e supersônica), o possibilita realizar missões de combate aéreo com a mesma flexibilidade de caças supersônicos, mas com grande economia.
Graças ao novo radar AESA Raytheon PhantomStrike, desenvolvido para modernizações de plataformas F-16, é possível lançar mísseis BVR. Alguns sistemas já adquiridos para o programa F-39E/F Gipen.
O M-346FA é um caça de última geração compatível com orçamentos mais apertados como o brasileiro.
A companhia italiana Leonardo sinalizou a disposição de agilizar o fornecimento do primeiro lote, em especial para atender o vazio da desativação do AMX e o atraso no cronograma do Programa Gripen. Algo similar ao que foi realizado com a Nigéria, que receberá o primeiro lote de seis aeronaves, de um contrato que alcança um total de 24 aeronaves, até o final do ano.
Se a notícia se confirmar, seria muito importante a rápida aceitação da proposta por parte do Comando da Aeronáutica. Tanto pela a crescente demanda operacional e a crescente tensão desde Caracas.
Caso contrário e dadas as recentes aproximações geopolíticas do atual governo, com certeza a FAB será presenteada com mais um contrato de helicópteros que não quer, ou receberá aviões de combates russos ou chineses, como os modelos YAK-130 ou L-15 (JL-10).
Depois não adiantará desculpas ou explicações caso ocorrer a demanda e não tivermos meios de agir.
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