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INPE e OTCA discutem parceria durante visita da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação

Monitoramento de queimadas e desmatamentos, previsão do tempo e clima, gestão de recursos hídricos e geoprocessamento estão entre os temas abordados durante a visita da comitiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) nesta quinta-feira (05/09).

Com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, do diretor do INPE, Clezio De Nardin, da diretora executiva da OTCA, Vanessa Grazziotin, e de representantes dos países-membros da organização, foi discutida a cooperação a ser formalizada entre as instituições no âmbito do monitoramento por satélites e análise ambiental nos países da região amazônica.

“Esse é um trabalho que não parte do zero. O próprio INPE tem experiência anterior exitosa de cooperação internacional com países amazônicos, mas queremos dar novo impulso, que seja transformador e modernize as capacidades de nossos países para atingirmos a autonomia e soberania tecnológica como região”, declarou a ministra Luciana Santos.

O diretor Clezio De Nardin destacou a importância da cooperação para o INPE e dos objetivos em comum com as instituições dos países integrantes da OCTA nas áreas de monitoramento de desmatamento e de queimadas, de previsão e respostas a desastres naturais e de acesso ao espaço.

“Com o novo acordo, poderão ser desenvolvidos mecanismos de compartilhamento de tecnologias, sistemas e metodologias de monitoramento ambiental, fundamentais para todos os países em relação às políticas de preservação da Amazônia”, disse Vanessa Grazziotin, ressaltando que a parceria da OTCA com o INPE é antiga.

A ideia é que o INPE e a OTCA desenvolvam e compartilhem sistemas de apoio à gestão de ecossistemas e base de informações georreferenciadas. Estão previstos também treinamento para capacitação em análise de informações de sensores remotos, geração de mapas temáticos e técnicas de apoio à prevenção ou gestão de risco ambiental.

A parceria deverá contar com visitas técnicas para fortalecer as capacidades específicas de pesquisadores que atuam em diferentes temas na Amazônia com o uso de dados georreferenciados. Também serão organizados eventos para apresentar os produtos gerados em conjunto e a disseminação da informação científica para a sociedade.

Satélite CBERS-5

Na visita à sede do INPE, em São José dos Campos (SP), a ministra falou sobre a importância do CBERS-5 para o fortalecimento da cooperação espacial entre os países amazônicos e da América Latina e Caribe. “Será um satélite meteorológico que dará autonomia para nossas previsões do tempo e previsão de curtíssimo prazo para eventos atmosféricos iminentes, incluindo os eventos extremos, como secas, enchentes e deslizamentos que tiram vidas e destroem cidades inteiras”.

A ministra informou a intenção de compartilhar os dados meteorológicos gerados pelo CBERS-5, o primeiro satélite geoestacionário sino-brasileiro, a todos os demais países interessados, com atenção especial à América Latina e ao Caribe.

“O CBERS-5 é hoje a prioridade número do nosso ministério e do governo brasileiro e uma oportunidade única para darmos um salto no domínio tecnológico do setor espacial. Esse é um projeto estratégico de quase R$ 10 bilhões, a serem compartilhados igualmente por Brasil e China nos próximos anos”, concluiu Luciana Santos.

Combate ao Desmatamento e COP 16

Em Brasília, nos dias 2 e 3 de setembro, aconteceu a segunda reunião da Aliança para o Combate ao Desflorestamento, com a participação do coordenador do Programa de Monitoramento BiomasBR do INPE, Cláudio Almeida, e da Chefe da Divisão de Observação da Terra e GeoInformática, Karine Ferreira. Também foi realizada uma reunião técnica preparatória para a COP 16.

O INPE apresentou tecnologias desenvolvidas no país, para monitorar o desmatamento da Amazônia brasileira, que podem ser objetos de articulação para cooperação técnica no âmbito da OTCA.

As reuniões envolveram especialistas da OTCA, do Departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), além de representantes e embaixadores de sete países da comunidade amazônica.

Os países amazônicos demonstraram grande interesse na tecnologia de cubo de dados – Brazil Data Cube (BDC) –, que com apoio de algoritmos baseados em inteligência artificial realiza análises de séries temporais na identificação de mudanças na cobertura e uso da terra.

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