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AÇO! 5° Regimento de Carros de Combate – Projeto Leopard

Rio Negro (PR) – Com o objetivo de capacitar suas Guarnições de Carros de Combate e de se adequar ao Projeto Leopard, a Seção de Instrução de Blindados do 5° Regimento de Carros de Combate vem, desde 12 de fevereiro, formando a primeira turma de operadores do LEOPARD 1A5 BR do ano.

Com a utilização de meios auxiliares de última geração, como o Simulador de Procedimentos de Torre (Torre Didática), o Simulador de Procedimentos de Guarnição (Table Top) e o Simulador de Procedimentos de Motorista, os 18 instruendos entram na fase final da capacitação, que lhes possibilitará a operação do principal carro de combate da Força Terrestre.

A SIMULAÇÃO DE COMBATE*
 
A atuação das Forças Armadas em conjunto passa necessariamente por um adestramento eficaz de cada uma das forças componentes. Para realizá-lo de forma eficiente com os recursos que são cada vez mais escassos, as Forças acabam por priorizar determinadas unidades ou grupos de unidades, fazendo com que todo o restante da tropa esteja em uma função secundária ou mesmo não recebam um adestramento adequado.

Os resultados são desastrosos: tropa mal treinada, desmotivada e, frequentemente, desvio da atividade-fim para outras tarefas, aumentando o risco de que, caso a nação necessite, não possa dispor dos meios adequados à sua defesa.
 
Se o treinamento de cada Força componente fica prejudicado, que dirá o adestramento conjunto: este passa a receber uma baixa prioridade.  Cada Força passa empregar todos os recursos disponibilizados para capacitar adequadamente seus próprios meios, e o treinamento em Conjunto passa a ser feito somente em ocasiões pontuais, como demonstrações ou manobras curtas, sem que, com isso, ocorra a necessária interação entre as Forças.
 
Para vencer estas dificuldades, o uso da simulação de combate vem avançando nas três forças no decorrer dos últimos anos. Cada uma das Forças componentes já possuem meios de simulação e já os realizam em suas três vertentes, a saber:

SIMULAÇÃO CONSTRUTIVA, que envolve tropas e elementos simulados, operando sistemas simulados, controlados por pessoas reais, normalmente numa situação de comandos constituídos. Também conhecida pela designação de “jogos-de-guerra”. A ênfase dessa modalidade é a interação entre pessoas, divididas em forças oponentes que se enfrentam sob o controle de uma direção de exercício.

– SIMULAÇÃO VIRTUAL, modalidade de simulação na qual são envolvidas pessoas reais, operando sistemas simulados, ou gerados por computador.  Enquadram-se entre os simuladores virtuais, os simuladores de procedimentos[1], os treinadores virtuais[2] e os simuladores virtuais táticos[3].

Enquanto os simuladores de procedimentos têm como foco a interação homem-máquina, logo indicados ao treinamento de nível individual, os simuladores virtuais táticos visam o aprendizado, treinamento ou experimentação de situações cujo enfoque está nas interações com o ambiente e na coordenação entre as forças presentes, portanto, adequado aos escalões mais elementares (até nível subunidade) da força.

Por sua vez, os treinadores virtuais oferecem excelentes condições para interação homem-máquina-ambiente, assim, são os dispositivos que estão no meio do “continuum” entre os demais simuladores.
 
– SIMULAÇÃO VIVA
, modalidade na qual são envolvidas pessoas reais, operando sistemas reais (armamentos, equipamentos, viaturas e aeronaves de dotação), no mundo real, com o apoio de sensores, dispositivos apontadores “laser” e outros instrumentos que permitem acompanhar o elemento e simular os efeitos dos engajamentos.

Os Dispositivos de Simulação de Engajamento Tático (DSET) são os mais proeminentes desta categoria. Este tipo de simulação é a que está mais próxima da realidade, dado que um mínimo de recursos é simulado.  No entanto, para reproduzir situações verossímeis, é necessário que haja atores de diferentes naturezas participando do exercício de simulação viva, o que requer, por exemplo, dispositivos que possibilitem a reprodução e interação entre todos os sistemas de armas dos elementos de manobra, e não apenas algum deles.
 
São óbvios os benefícios trazidos pela simulação de combate: melhor qualidade de adestramento, economia de recursos, otimização do tempo, desenvolvimento e adequação da doutrina militar, treinamento das forças direcionado para as hipóteses de emprego, fazendo com que atuem de modo mais eficaz, dentre outros. 
 
Atualmente, no nosso país, estes meios estão desenhados, na sua maioria, para atender a necessidades pontuais, sem pensar numa interação entre si, quer dizer: o meio construtivo não interage com o da simulação virtual e com a viva. Tampouco há uma interação dentro da própria Força, ou seja: no caso do Exército, os meios de apoio de fogo não interagem com a aviação do exército ou dos blindados. Interação entre Forças Armadas só mesmo em alguns exercícios de Estado-Maior conjunto, como os realizado nas Escolas de Estado Maior, no final de cada ano no Rio de Janeiro, na qual somente há a possibilidade de participação de algumas dezenas de militares cada ano.
 

[1] Os simuladores de procedimentos são dispositivos que buscam reproduzir, com maior grau de fidelidade, os sistemas reais, no intuito de oferecer ótimas condições de interação homem-máquina.

[2] Os treinadores virtuais são dispositivos que integram Hardwares, semelhantes aos existentes nos sistemas reais, a ambientes virtuais.

[3] Os simuladores virtuais táticos são dispositivos, normalmente aplicativos, que propiciam a interação entre diversas pessoas e máquinas num ambiente virtual gerado por computador.

* TC Marcelo Carvalho Ribeiro

Leia mais: Centros de Adestramento para Forças Armadas: Um caminho a percorrer

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