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Operação “Fraterno” fortalece laços de cooperação entre as Marinhas do Brasil e da Argentina

A 37⁠ª edição da “Fraterno” foi encerrada ontem (21) com exercícios operativos que reforçam a interoperabilidade entre as duas Forças Navais

Por Capitão-Tenente (RM2-T) Luciana Almeida

A 37ª edição da Operação “Fraterno”, realizada pela Marinha do Brasil (MB) e Armada da República da Argentina (ARA), foi encerrada ontem (21), com a participação de mais de 300 militares da MB. A operação, iniciada em 13 de agosto, teve a participação da Fragata “Liberal”, com aeronave AH-11B “Super Lynx” embarcada, e o Submarino “Tikuna”, do Brasil; e do Navio-Patrulha “Almirante Storni”, as Corvetas classe Meko 140 “Espora” e “Rosales”, os Contratorpedeiros classe Meko 360 “La Argentina” e “Sarandi” e as aeronaves AS-555 “Fennec”, T-34 “Mentor” e B-200 “Cormorán”, que pertencem à Argentina.

A realização da Operação “Fraterno” possibilitou os exercícios militares entre as duas Forças Navais, em águas jurisdicionais argentinas, e proporcionou visitas a portos logísticos como de Rio Grande (RS) e de Puerto Belgrano, na Argentina. “A troca de conhecimentos e experiências fortaleceu a capacitação dos militares envolvidos, contribuindo para a promoção mais eficiente da segurança marítima na região do Atlântico Sul, além de reforçar os laços de amizade já bem sólidos que temos com a Armada da Argentina”, disse o Comandante do Grupo-Tarefa brasileiro da Operação, o Contra-Almirante Nelson de Oliveira Leite, Comandante da 1ª Divisão da Esquadra.

O Comandante do Grupo-Tarefa argentino, o Capitán de Navío Ricardo Horacio Orué, destacou que os exercícios mostraram o profissionalismo dos militares dos dois países, demonstrado em cada uma das manobras marinheiras executadas. “Destacamos o grande esforço e empenho no deslocamento do Submarino ‘Tikuna’ para estas latitudes do Atlântico Sul, o que nos permitiu contribuir para a formação de pessoal antissubmarino e sonar de ambos os países. É por isso que a implementação eficaz das atividades garante um aumento gradual da eficiência e eficácia dos procedimentos para as operações marítimas”, disse.

Militares brasileiros e argentinos realizaram diversos exercícios operativos em alto-mar, como de navegação em baixa visibilidade; trânsito sob ameaça aérea; operações com submarino; “leap frog”, quando é treinada a manobra de aproximação e a manutenção da posição relativa dos navios; “light-line”, onde é exercitada a manutenção da distância entre dois navios, por meio de cabo de distância; operações aéreas; tiro de superfície; tiro antiaéreo sobre granada iluminativa; manobras táticas; entre outros treinamentos. Todas as atividades visaram ao aprimoramento das habilidades operacionais e à interoperabilidade entre as duas Marinhas, buscando replicar o cenário de uma situação real de emprego do Poder Naval.

Exercícios de tiro antiaéreo e sobre alvo de superfície à deriva

Os navios realizaram, ainda, o exercício de tiro antiaéreo, em que utilizaram seus sistemas de armas contra um alvo aéreo simulado, representado por uma granada iluminativa. O propósito foi promover o máximo grau de rápida reação e letalidade, observando o cumprimento das instruções de segurança, desde a detecção do alvo até o emprego dos armamentos.

Outro exercício foi de tiro sobre alvo de superfície à deriva, em que o alvo é chamado de “killer tomato” (referência ao formato e cor de tomate, para facilitar a visualização). Neste exercício, é empregada a bateria principal do navio, que no caso da Fragata “Liberal” é o canhão de 4,5 polegadas, que permite ao navio atacar um alvo de superfície, como um outro navio, por exemplo. “Um exercício como esse envolve praticamente todo o navio, como o pessoal do Armamento, os artilheiros, equipes de controles de avarias, que ficam em prontidão para atuar em caso de incêndio ou outros sinistros, além dos militares que atuam no Centro de Operações de Combate, e os militares que atuam no passadiço”, afirmou o Comandante da Fragata “Liberal”, o Capitão de Fragata Rogério Diniz.

Próxima Operação

A Fragata “Liberal” se desloca, agora, para águas chilenas, com o objetivo de participar da “Unitas LXV”, onde realizará operações navais combinadas com as Marinhas da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos da América (EUA), México, Reino Unido e Peru. Os exercícios, que serão realizados entre os dias 2 e 11 de setembro, contribuirão para o incremento do nível de adestramento dos meios da Esquadra brasileira, além de promover a cooperação e o estreitamento de laços de amizade entre essas Marinhas.

Foto de capa: Armada da República da Argentina – Fonte: Agência Marinha de Notícias

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