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Jogos Olímpicos 2024 na França em alerta máximo contra a ameaça de terrorismo

Jogos Olímpicos 2024 na França em alerta máximo contra a ameaça de terrorismo

                                                                                              André Luís Woloszyn
   É Analista de Assuntos Estratégicos e especialista em contraterrorismo.

Recentemente o Primeiro-Ministro francês, Gabriel Attal, elevou ao nível máximo o alerta de segurança do país contra a ameaça do terrorismo internacional. Uma semana após, uma escola de Paris com 1.700 alunos foi evacuada por conta da ameaça de atentado, e que, felizmente, não se concretizou.

A questão é que um evento desta natureza e amplitude como as Olimpíadas, em um momento delicado e de insegurança na política internacional com a guerra na Ucrânia e, em especial, o conflito envolvendo Israel e o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza, deverá exigir das autoridades francesas um imenso desafio no quesito segurança.

Embora, na época as motivações fossem outras, sabemos que estão ativos. Pelas características dos ataques terroristas, tendo como alvo zonas densamente povoadas e considerando sua imprevisibilidade, natureza indiscriminada, caráter de anomia e, notadamente, o desejo explícito de retaliação e vingança, situação impossível de ser obtida em um confronto bélico, pela disparidade de forças, o alerta máximo de segurança a esta ameaça não pode ser ignorado.

Vale lembrar, que o país foi alvo de uma série de atentados, dois dos maiores perpetuados na Europa, o do jornal satírico Charlie Hebdo e na casa de shows Bataclan, em Paris em novembro de 2015, somados ao que ocorreu nas proximidades do Stade de France, no subúrbio de Saint-Denis, assumidos pelo grupo terrorista Estado Islâmico, o mesmo grupo que, recentemente, se responsabilizou pelo atentado a casa de shows, Crocus City Hall, nos subúrbios de Moscou, em março deste ano.

Ademais, uma grande aglomeração de pessoas de diferentes nações concentradas em espaços urbanos distintos, por determinado tempo, oferece uma oportunidade de ação, constituindo-se em um momento propício para as atividades dos grupos terroristas. Outro ponto a favor dos extremistas recai nas dificuldades de monitoramento e identificação uma vez infiltrados junto ao público, em geral somada a possibilidade real da utilização de terroristas autóctones, ou residentes no país em suas células adormecidas, no aguardo de uma oportunidade. 

Há que se considerar, ainda, o aumento crescente das tensões na fronteira israelense com o Líbano e com o Hezbollah e as ameaças da milícia Houthis na guerra aberta contra as forças militares dos EUA e Reino Unido após ataques a suas posições no Iêmen, em uma resposta aos ataques desta a navios mercantes no Mar Vermelho.

Nesta conjuntura, muitos tem um interesse especial em que algo dê errado em Paris.

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