O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu para os europeus aumentarem a produção de armas para poderem ajudar mais a Ucrânia contra a Rússia e reabastecer os próprios estoques europeus. O objetivo, segundo ele, é se preparar para um confronto “que pode durar décadas”.
(RFI) As declarações foram dadas em uma entrevista à imprensa alemã. “Isso significa passar de uma produção lenta, em tempos de paz, para uma produção rápida, em tempos de conflito”, disse Stoltenberg ao jornal dominical Welt am Sonntag.
Nos dias 15 e 16 de fevereiro, a aliança militar atlântica realiza uma reunião dos ministros da defesa dos países que integram a organização, em Bruxelas (Bélgica). “Não existe nenhuma ameaça militar iminente contra um aliado [da aliança]. Ao mesmo tempo, o Kremlin faz regularmente ameaças contra países da Otan”, observou Stoltenberg, sublinhando que a invasão da Ucrânia, há quase dois anos, mostrou que “a paz na Europa não era um dado adquirido”.
“Enquanto investirmos na nossa segurança e permanecermos unidos, continuaremos a dissuadir a agressão”, frisou ele. “A Otan não procura uma guerra com a Rússia, mas devemos nos preparar para um confronto que poderá durar décadas”, alertou.
Biden e Scholz pressionam Congresso americano a aprovar pacote
Nesta sexta (9), nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden e o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, pediram para o Congresso americano aprovar mais recursos para a Ucrânia. Scholz realiza uma visita oficial a Washington.
O Senado americano deu, na quinta, o primeiro passo para desbloquear um pacote que inclui cerca de US$ 60 bilhões em ajuda militar para Kiev. Mas a aprovação continua incerta, já que boa parte dos republicanos se opõe à medida, seguindo orientação do ex-presidente Donald Trump.
“O fracasso do Congresso dos Estados Unidos em apoiar a Ucrânia é quase uma negligência criminosa”, disse Biden ao receber Scholz no Salão Oval. “É ultrajante.”
O líder alemão afirmou que espera avanços no desbloqueio, alegando que “sem o apoio dos Estados Unidos e […] dos Estados europeus, a Ucrânia não teria nenhuma chance de defender seu próprio país”.
Os 27 países da União Europeia recentemente concordaram com um pacote de E 50 bilhões (R$ 267 bilhões) até 2027, depois que a Hungria retirou seu veto à medida. A Alemanha é o segundo maior contribuinte em termos absolutos, depois dos Estados Unidos, com mais de E 7 bilhões (R$ 37 bilhões) este ano, e pede para os seus parceiros aumentarem sua ajuda.
Scholz também acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de “contar muitas mentiras” em uma “entrevista ridícula” com o apresentador americano Tucker Carlson que foi ao ar na quinta-feira. “Ele quer ficar com uma parte do território de seus vizinhos. É simplesmente imperialista”, afirmou o alemão.
Ataque mata crianças
Enquanto isso, as tropas ucranianas resistem com dificuldades no front. O novo chefe do Exército, Oleksander Sirski, prometeu um plano “claro” para afastar os russos.
Seu principal problema é a falta de munições. Além disso, Kiev exige mísseis de longo alcance, mas Washington e Berlim hesitam por medo de provocar uma escalada incontrolável com o Kremlin, que já evocou mais de uma vez a ameaça nuclear.
Na madrugada deste sábado, ataques de drones russos contra um posto de gasolina em Kharkiv, no leste da Ucrânia, mataram sete pessoas, entre elas três crianças. Os drones Shaded, de fabricação iraniana, “atingiram um posto de gasolina e causaram um derramamento de combustível em chamas, que causou o incêndio de 14 casas particulares”, disse o prefeito da cidade, Igor Terekhov, acrescentando que o incêndio cobriu uma grande área e levou à evacuação. de cerca de cinquenta pessoas.
Com informações da AFP