Treinamento e capacidade expedicionária garantem atuação tempestiva em situações de desastre
Por Guarda-Marinha (RM2-T) Milena Ribeiro – Rio de Janeiro, RJ
Eram 23h de uma segunda-feira de Carnaval quando o Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) em Apoio à Defesa Civil, da Marinha do Brasil (MB), foi acionado para uma missão em São Sebastião (SP). Cerca de 12h depois, o efetivo estava pronto para o embarque em direção à cidade atingida pelas fortes chuvas.
A resposta imediata, no dia 20 de fevereiro de 2023, reforçou a importância do emprego rápido e estratégico do GptOpFuzNav. “Apesar do desafio, é através do planejamento e intensidade que mantemos os Fuzileiros aptos a prover o apoio que a população brasileira precisa”, declara o Comandante do Grupamento, Capitão de Mar e Guerra (Fuzileiro Naval) Luís Felippe Valentini da Silva.
Esse processo de preparação conta com o aperfeiçoamento de técnicas e o reconhecimento das regiões mais propensas aos riscos de desastres naturais. As características de cada operação é o que determina o tipo de atuação necessária – estabelecimento de um hospital de campanha, busca e salvamento, desobstrução de vias e distribuição de donativos.
A capacidade expedicionária típica das tropas de Fuzileiros Navais da MB é outro fator essencial à atuação tempestiva em apoio à Defesa Civil. A formação focada na versatilidade permite o deslocamento do GptOpFuzNav, em prontidão, por meios navais, como foi o caso de São Sebastião (SP); meios terrestres, como em Petrópolis (RJ), em 2022; ou ainda pelo meio aéreo, como no apoio às ações humanitárias do Governo Federal na Terra Indígena Yanomami, no ano passado. O conjugado anfíbio, que proporciona a integração de todos esses equipamentos e os unifica como Poder Naval, permite à MB explorar toda a sua capacidade de mobilização e suporte às regiões de acesso limitado ou distantes de centros urbanos.
Assim foi em São Sebastião, em fevereiro do ano passado, na operação que foi batizada como “Abrigo pelo Mar”, nucleada no Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico”. A Força, composta pelo navio capitânia da MB, pelas aeronaves a bordo e pelo Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais, levou apoio à população que ficou isolada em decorrência do temporal e deslizamentos de terra.
Ativação do grupamento
O GptOpFuzNav em Apoio à Defesa Civil foi ativado pela MB em dezembro de 2023 e a previsão é que permaneça em prontidão até março. A implantação surgiu da necessidade de antecipar imprevistos, dispondo-se de um efetivo focado nas ações emergenciais em um período que, historicamente, registra fortes chuvas, sobretudo na região Sudeste do Brasil.
“Todas as unidades da Força de Fuzileiros de Esquadra estão capacitadas a integrar grupamentos em apoio à Defesa Civil. Atualmente, o GptOpFuzNav, ativado especificamente em apoio à Defesa Civil, mantém 373 militares e mais de 30 viaturas prontas para responder a partir de 24h após o acionamento”, destaca o Comandante do GptOpFuzNav.
Reforçam ainda a estrutura: viaturas especiais para o transporte e armazenamento de água, combustível e material frigorificado; nove viaturas leves, incluindo ambulâncias e os equipamentos de engenharia para desobstrução de vias e remoção de escombros, que incluem uma retroescavadeira, um trator e um caminhão basculante.
Fonte: Agência Marinha de Notícias