Os soldados israelenses continuaram as operações terrestres na Faixa de Gaza na noite de sábado (28), depois de terem realizado várias incursões no local desde sexta-feira (27), anunciou o Exército. “Entramos numa nova fase da guerra”, disse o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, após a noite de intensos bombardeios.
RFI – O primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu disse no sábado que as operações terrestres realizadas por tropas israelenses na Faixa de Gaza constituiam a segunda etapa de uma guerra “longa e difícil” contra o Hamas.
Durante uma coletiva ao lado de Gallant e do ministro do Gabinete de Guerra Benny Gantz, Netanyahu garantiu que tudo seria feito para resgatar os mais de 200 reféns israelenses e estrangeiros detidos pelo grupo islâmico palestino. As operações terrestres podem ajudar na libertação de reféns aumentando a pressão sobre o Hamas, afirmou Galantt.
“Desde o início da noite de sexta-feira, uma força combinada de tanques, engenheiros e infantaria tem operado no terreno no norte da Faixa de Gaza”, segundo um comunicado do Exército. Apoiadas por uma barragem de artilharia “poderosa e precisa”, “as nossas forças estão a realizar operações terrestres na Faixa de Gaza”, disse num discurso o chefe das Forças Armadas israelenses, general Herzi.
O exército israelense também alertou que considera agora a cidade de Gaza e sua região um “campo de batalha” e ordenou aos residentes que “saíssem imediatamente” em direção ao sul.
Segundo o porta-voz da Defesa Civil em Gaza, Mahmoud Bassal, “centenas de edifícios e casas foram completamente destruídos” nos ataques noturnos. As comunicações e a internet foram cortadas desde sexta-feira no território palestino.
Mísseis vindos de Gaza também tiveram como alvo Israel, segundo jornalistas da AFP, que observaram interceptações pela defesa aérea israelense. Pelo menos dois projéteis atingiram solo israelense, segundo as autoridades.
As trocas de tiros entre o Hezbollah libanês e Israel continuaram na fronteira libanesa-israelense. Um projétil atingiu o quartel-general da Força Interina da ONU no Líbano (UNIFIL), no sul do país, de acordo com um porta-voz da organização que indicou que não houve vítimas, mas alguns danos. Ele disse que a UNIFIL estava tentando verificar quem disparou o tiro.
Troca de reféns por prisioneiros
O braço militar do Hamas disse, neste sábado, estar pronto para libertar os reféns feitos durante o ataque em solo israelense em troca da libertação de todos os prisioneiros palestinos em Israel.
As famílias dos reféns, a maioria israelenses, “estão preocupadas com o destino” de seus parentes e exigem explicações do governo após os intensos bombardeios do exército a Gaza, afirmaram num comunicado. Segundo as autoridades israelenses, cerca de 230 reféns estão detidos na Faixa de Gaza.
A ONU afirmou temer uma “avalanche de sofrimento humano” neste território palestino onde vivem 2,4 milhões de habitantes que carecem de água, alimentos, eletricidade e que se encontram desde sexta-feira sem comunicações ou Internet.
O Ministério da Saúde do Hamas anunciou em seu último relatório que 7.703 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel, incluindo mais de 3.500 crianças.
Segundo as autoridades israelenses, mais de 1.400 pessoas foram mortas no país, principalmente civis e a maioria durante o ataque de 7 de outubro levado a cabo pelo Hamas.