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Antes do G20, Índia lança manobras militares em disputada fronteira com a China

A Índia lançou grandes manobras militares nesta segunda-feira (4) ao longo da disputada fronteira do Himalaia com a China. As operações devem continuar durante a realização da cúpula do G20, em Nova Délhi, prevista para os dias 9 e 10 de setembro. O presidente chinês, Xi Jinping, não participará do evento.

RFI

Ao todo, serão 11 dias de manobras próximas à fronteira do Himalaia, que constituem “um exercício de treino anual” nas áreas do norte, que fazem divisa com o Paquistão e a China, informou um responsável da Defesa indiana sob anonimato.

As relações entre as duas potências asiáticas têm sofrido uma escalada de tensões desde um confronto na disputada fronteira de Ladakh, no alto do Himalaia, em junho de 2020, quando 20 soldados indianos e pelo menos quatro soldados chineses foram mortos.

No final de agosto, novas tensões surgiram quando Pequim publicou um mapa em que reivindica terras que Nova Délhi afirma pertencerem ao território indiano. Desde então, dezenas de milhares de soldados se concentram em ambos os lados da Linha de Controle Efetivo (ALC), a fronteira de fato entre a Índia e a China, não claramente demarcada.

O “novo mapa chinês” mostra o estado indiano de Arunachal Pradesh e o planalto de Aksai Chin como seu território oficial. Pequim afirma que Arunachal Pradesh, no leste do Himalaia, faz parte do sul do Tibete e divulgou em abril um mapa renomeando 11 lugares deste estado como sendo “Zangnan”, sul do Tibete em chinês. Aksai Chin é um planalto disputado no oeste do Himalaia, reivindicado pela Índia, mas controlado pela China.

Raro encontro

Em agosto, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente chinês, Xi Jinping, realizaram um raro encontro presencial em Joanesburgo, durante a cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Na 18ª cúpula do G20, em Nova Délhi, no entanto, Pequim será representada pelo seu primeiro-ministro chinês, Li Qiang, na ausência do chefe de Estado chinês. A informação foi dada pelo Ministério chinês de Assuntos Estrangeiros nesta segunda-feira.

O governo de Modi investiu bilhões de dólares em projetos de conectividade no seu lado da fronteira para reforçar a presença civil e estabelecer novos grupos paramilitares na região.

A Índia também procura desenvolver laços mais estreitos com os países ocidentais e, em particular, com os membros do Quad, uma aliança que reúne Estados Unidos, Japão e Austrália, e que visa contrabalançar o peso da China na região Ásia-Pacífico.

(Com informações da AFP)

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