Nicolás Maduro se recusa a viajar para a Colômbia alegando razões de segurança, enquanto Petro está pronto para visitar Caracas, onde está relaxado e confortado na companhia dos altos líderes do regime chavista. Na foto a terceira vista de Petro à Caracas, sendo recebido por um membro do terceiro escalão do governo bolivariano
EDGAR C. OTÁLVORA
@ecotalvora
Diario las Américas
25 Março 2023
Nos altos escalões do aparato diplomático e de segurança dos Estados Unidos, discutem-se soluções para a falta de representação legal da Venezuela, o vácuo jurídico causado pela dissolução do “governo interino” chefiado por Juan Guaidó.
Em todo caso, o governo Biden mantém a posição de não reconhecer Nicolás Maduro como governante da Venezuela, mas não dará reconhecimento diplomático a um “governo legislativo” como o traçado pelos que depuseram Juan Guaidó.
Um setor da oposição venezuelana decidiu em 30DEZ2022 encerrar o mandato de Guaidó como presidente da Assembleia Nacional eleita em 2015, e reconhecido pelos Estados Unidos. Guaidó, consequentemente, deixaria de ser o “presidente interino” da Venezuela na ausência de um legítimo presidente da República desde janeiro de 2019.
Mas os deputados também decidiram anular a figura do “presidente interino” para o qual a nova presidente da Assembleia Nacional, a deputada Dinorah Figuera que permanece exilada na Espanha, não assumiria o status de “presidente interina” da República. Além disso, a coligação dos partidos AD, Primero Justicia e Un Nuevo Tiempo, decidiu desmontar o aparato diplomático que havia construído o “Governo Provisório” com financiamento basicamente proveniente de fundos estatais venezuelanos congelados pelo governo dos Estados Unidos. Também dissolveu o aparato de administração e controle dos recursos fornecidos pelos Estados Unidos, mecanismo que era uma exigência dos Departamentos de Estado e do Tesouro para adiantar o financiamento do funcionamento do “governo provisório” dentro e fora da Venezuela. Com essas decisões, os deputados cortaram o fluxo de recursos que cobriam o funcionamento de sua própria Assembleia Nacional. Este Informe em sua edição de 10FEV2023, comentava que “os conspiradores contra Guaidó supunham (ou queriam supor) que se manteria o status existente nas relações formais entre o ‘governo provisório’ e a Casa Branca”.
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Em 15MAR2023, a agência Reuters em matéria assinada por Vivian Sequera e Mayela Armas, que dizem ter consultado cinco fontes, afirmou que “os membros da oposição venezuelana aguardam com ansiedade as decisões dos Estados Unidos para permitir mais uma vez a distribuição de fundos para apoiar os legisladores da oposição. A Reuters completou observando que “figuras da oposição reclamam que o processo de autorização dos EUA, necessário para substituir sua pessoa de contato anterior para a distribuição de fundos, o líder deposto Juan Guaidó, está se estendendo”. Segundo a Reuters, uma de suas fontes teria afirmado que “cartas já tinham sido enviadas aos EUA, outros não tinha ocorrido”.
Curiosamente, no mesmo dia em que circulou a nota da Reuters com as denúncias dos parlamentares da oposição, ocorreu na Espanha um encontro entre um enviado do Departamento de Estado dos Estados Unidos e a deputada Dinorah Figuera. Mark Wells, Subsecretário Adjunto para o Brasil e Cone Sul, Assuntos Andinos e Política Econômica do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, viajou à Europa para representar os Estados Unidos na conferência convocada pelo Canadá e pela União Européia, que começaria em 16MAR2023 e trataria do financiamento para enfrentar a crise dos refugiados venezuelanos. Wells fez uma escala em Madri e teve uma reunião com Figuera na sede da Embaixada dos Estados Unidos.
Sobre a reunião, surgiu apenas uma fotografia tuitada pelo Departamento de Estado. Embora Wells seja um funcionário de terceiro escalão do Departamento de Estado, o encontro significou a ratificação do reconhecimento norte-americano da Assembleia Nacional eleita em 2015 como o único órgão constitucional representativo do Estado venezuelano. Mas esse reconhecimento não é suficiente para desvendar os emaranhados jurídicos e políticos causados pela ausência de um governo reconhecível na Venezuela. Figuera teria imposto a posição dos EUA sobre o quadro criado como resultado da dissolução do “governo interino”. Mas esse reconhecimento não é suficiente para desvendar os emaranhados jurídicos e políticos causados pela ausência de um governo reconhecível na Venezuela. Figuera teria imposto a posição dos EUA sobre o quadro criado como resultado da dissolução do “governo interino”.
Mas esse reconhecimento não é suficiente para desvendar os emaranhados jurídicos e políticos causados pela ausência de um governo reconhecível na Venezuela. Figuera teria imposto a posição dos EUA sobre o quadro criado como resultado da dissolução do “governo interino”.
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Gustavo Petro e Nicolás Maduro realizaram cinco reuniões desde a mudança de governo na Colômbia em 07AGO22. Petro já viajou três vezes a Caracas, além de uma visita à capital venezuelana da esposa de Petro, Verónica Alcocer, e duas visitas de seu chanceler Álvaro Leyva, em todos os casos para manter encontros com Maduro. As demais reuniões Petro-Maduro ocorreram uma em Sharm el Sheikh, no Egito, e outra em uma ponte fronteiriça entre o departamento de Norte de Santander e o estado de Táchira, nas proximidades de Cúcuta. Nicolás Maduro recusa viajar para a Colômbia, alegando razões de segurança, enquanto Petro se prepara para visitar Caracas onde se sente relaxado e confortado na companhia dos altos dirigentes do regime chavista .
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A visita mais recente de Petro a Caracas ocorreu em 24MAR2023. Ele chegou a Caracas acompanhado pelo chanceler Leyva e pela senhora Laura Sarabia, oficialmente chefe de gabinete do presidente, mas na prática o secretário particular de Petro é quem o acompanha em todas as suas viagens e viaja no mesmo veículo que seu chefe. Junto com Petro, chegou também a Caracas seu embaixador em Maduro, Armando Benedetti, que estava na Colômbia após uma curiosa missão em Washington.
Ao contrário das ocasiões anteriores em que Petro foi recebido com honras militares ao pé da escada do avião pela vice-presidente executiva e chanceler de fato Delcy Rodríguez, a pessoa encarregada de recebê-lo no aeroporto de Maiquetía em 24MAR23 era um funcionário de nível médio oficial, o vice-ministro para a América do Norte, Carlos Ron. Foi surpreendente que Delcy Rodríguez não tenha participado da reunião.
A reunião, primeiro diante das câmeras e depois em privado, incluindo um almoço-jantar, aconteceu na antiga residência presidencial de La Casona, em Caracas. Segundo o comunicado oficial colombiano, os temas discutidos teriam sido “o combate conjunto ao narcotráfico, a abertura dos consulados e a próxima cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica”. Nenhuma dessas questões justificou a transferência de Petro para Caracas. Fontes da chancelaria colombiana consultadas para esta reportagem indicaram que, na prática, com exceção do ministro Leyva, as conversações Petro-Maduro não são acompanhadas institucionalmente pelos funcionários diplomáticos colombianos. A senhora Sarabia, que tratou Maduro de maneira casual ao deixar La Casona, seria a encarregada de coordenar diretamente as relações Petro-Maduro.
Após seu encontro com Maduro, Petro foi para a vizinha Embaixada da Colômbia. O embaixador Benedetti descreveu a presença de seu chefe: Primeiro ele twittou: “O presidente @petrogustavo acaba de sair da residência. Conversamos por mais de três horas sobre o que fizemos para restaurar os laços históricos de amizade entre Colômbia e Venezuela. Eu te amo muito, presidente!” Algumas horas depois, o falador embaixador twittou: “Com @petrogustavo a gente conversa de tudo, a gente ri. Das mais de três horas na residência, dedicamos apenas um minuto ao governo. Fazia muito tempo que eu não ria tanto quanto ontem e tenho certeza que ele também não. Ainda estou feliz por sua visita ontem à noite e é a lembrança que vou guardar.” A outrora prestigiada diplomacia colombiana sem dúvida mudou muito desde a chegada de Gustavo Petro à presidência.
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O embaixador do Petro em Maduro, Armando Benedetti, informou em 19MAR2023 por meio de sua conta no Twitter que esteve em Washington. “Ontem cheguei a Washington, visitei a Embaixada da Colômbia lá e trabalhamos na agenda para a próxima segunda e terça-feira: falaremos sobre a Colômbia, as relações com a Venezuela e a Venezuela com o Departamento de Estado, Congresso, ex-embaixadores dos EUA na Colômbia, Instituto de Paz e WOLA”. Chamou a atenção o fato de Petro ter enviado Benedetti, que não é diplomata profissional e não tem contatos particulares nos EUA, para manter reuniões com o governo Biden, com parlamentares e personalidades influentes. Fontes consultadas em Bogotá garantiram que a viagem de Benedetti não foi uma operação do Itamaraty. Fontes em Washington confirmaram que o Departamento de Estado não atendeu Benedetti.
Em 20MAR23, Benedetti twittou “terminamos o dia com reuniões mantidas em sigilo nas quais participaram membros do Capitólio e da Casa Branca. Conversamos sobre a Venezuela e as relações entre Colômbia e Venezuela”. Não foi bem entendido que as reuniões eram confidenciais, mas o embaixador do Petro divulgou sua realização, as instituições envolvidas e os temas discutidos. Uma foto divulgada por Benedetti o mostra na companhia de vários diplomatas americanos aposentados, incluindo Kevin Whitaker e William Brownfield. e as relações entre Colômbia e Venezuela”. Não foi bem entendido que as reuniões eram confidenciais, mas o embaixador do Petro divulgou sua realização, as instituições envolvidas e os temas discutidos. Uma foto divulgada por Benedetti o mostra na companhia de vários diplomatas americanos aposentados, incluindo Kevin Whitaker e William Brownfield. e as relações entre Colômbia e Venezuela”. Não foi bem entendido que as reuniões eram confidenciais, mas o embaixador do Petro divulgou sua realização, as instituições envolvidas e os temas discutidos. Uma foto divulgada por Benedetti o mostra na companhia de vários diplomatas americanos aposentados, incluindo Kevin Whitaker e William Brownfield.
Enquanto isso, em Bogotá corria o boato de que a viagem de Benedetti à capital dos Estados Unidos não respondia a motivos diplomáticos de Estado, mas a motivos amorosos do inquieto Benedetti. A parlamentar colombiana Saray Robayo Bechara postou em sua conta no Instagram uma fotografia tirada em Washington em frente à embaixada da Colômbia. “Coincidentemente, a deputada, que seria a nova namorada de Benedetti, esteve em Washington DC nos mesmos dias”, informou a rádio colombiana Caracol. Benedetti continua casado com Adelina Guerrero Covo, que o acompanhou a Caracas em várias atividades diplomáticas, mas o embaixador do Petro também mantém um caso com a ex-miss e agora representante na Câmara Saray Robayo, segundo o jornal El Universal de Cartagena das Índias em dezembro passado .
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Depois da passagem por Washington, Benedetti não viajou para Caracas, onde já se preparava a iminente visita de Petro, e preferiu uma nova estadia em Barranquilla, na Colômbia. Lá convocou a imprensa para despertar uma questão na qual vem trabalhando desde o anúncio de sua nomeação em 11AGO2022. Trata-se da compra da petroquímica Monomeros, de propriedade do Estado venezuelano e localizada na Colômbia. Hoje se sabe que o filho de Gustavo Petro, Nicolás Petro, organizou uma operação para controlar a empresa que seu pai havia devolvido a Maduro, que, por sua vez, incluiu os sócios de Petro no conselho de administração da petroquímica. Também é notório o vínculo pessoal e político entre Benedetti e o filho do presidente colombiano.
Em 22MAR2023, antes de retornar a Caracas como parte da comitiva de Petro, Benedetti anunciou em Barraquilla a iminente compra da Monomeros de Maduro pelo valor de US$ 300 milhões. Fontes oficiais colombianas desmentiram que a estatal petrolífera Ecopetrol estivesse em processo de compra da Monomeros, e não se sabe se o anúncio foi uma forma de o embaixador criar notícias que servissem para relativizar o passeio pela capital norte-americana onde a namorada elogiou o florescimento primaveril das cerejeiras japonesas. . Ou, em todo caso, uma forma de pressionar o Petro a acelerar a negociação com Maduro, já que, segundo Benedetti, a empresa poderia ser comprada por um “guia de fazendeiros privados”. Não se sabe se o anúncio foi uma forma de o embaixador criar uma notícia que servisse para relativizar o passeio pela capital norte-americana onde a namorada elogiava a floração primaveril das cerejeiras japonesas.
]Ou, em todo caso, uma forma de pressionar o Petro a acelerar a negociação com Maduro, já que, segundo Benedetti, a empresa poderia ser comprada por um “guia de fazendeiros privados”. Não se sabe se o anúncio foi uma forma de o embaixador criar uma notícia que servisse para relativizar o passeio pela capital norte-americana onde a namorada elogiava a floração primaveril das cerejeiras japonesas. Ou, em todo caso, uma forma de pressionar o Petro a acelerar a negociação com Maduro, já que, segundo Benedetti, a empresa poderia ser comprada por um “guia de fazendeiros privados”.A compra de Monomeros parece ser um negócio de grande interesse para grupos políticos e empresariais litorâneos dos quais Benedetti faz parte .
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O ex-presidente colombiano Iván Duque viajou a Washington para oferecer a principal intervenção, em 24MAR2023 no fórum organizado pelo Wilson Center chamado “Crise na Venezuela: implicações para a democracia, direitos humanos e meio ambiente”. Entre os palestrantes estava Cristina Vollmer Burelli, que deu uma explicação detalhada do ecocídio realizado pelo regime chavista na Orinoquia e na Amazônia venezuelana. Também fez parte do painel a jurista portuguesa Marta Valiñas, que preside a “Missão Internacional Independente de Investigação” das violações de direitos humanos na Venezuela, por mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Em seu discurso e em declarações à imprensa, Duque se referiu às relações entre o Petro e a ditadura chavista . No que parecem ser reclamações dentro das Forças Armadas colombianas, Duque afirmou que entre os assuntos que Petro e Maduro tratariam estaria a troca de informações sobre operações de inteligência.A ditadura venezuelana está interessada em ter acesso a informações sobre as operações de inteligência que as forças militares colombianas realizaram com os Estados Unidos e o Reino Unido nas últimas décadas. Além disso, Duque fez saber que o governo do Petro está abrindo, a pedido de Maduro, investigações sobre altos funcionários colombianos que participaram de operações contra organizações de narcoguerrilha colombianas protegidas pelo chavismo. Duque também fez eco das versões que começam a se espalhar em Washington; O governo dos Estados Unidos estará monitorando os negócios que Petro fecha com Maduro com base nas sanções impostas aos altos funcionários do regime venezuelano.
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Enquanto em Genebra o Conselho de Direitos Humanos da ONU realizou sua 52ª sessão ordinária, na qual foram ouvidas, entre outras, denúncias sobre violações de direitos humanos na Venezuela ou na Nicarágua, a esquerda global realizou seu próprio evento sobre direitos humanos, com participação exclusiva de seus próprios porta-vozes e sob os auspícios da ONU através da UNESCO. A UNESCO é a “Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura”.
O evento, realizado entre 20-24MAR2023, foi denominado “III Fórum Mundial de Direitos Humanos”. Foi organizado pelo chamado “Centro Internacional para a Promoção dos Direitos Humanos” criado em 2009 pelo governo de Cristina Kirchner com o patrocínio da UNESCO. Sua atual diretora, Fernanda Gil Lozano, é uma política filiada ao kirchnerismo.
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A lista de “oradores principais” não deixou margem para dúvidas, foi um evento da esquerda mundial organizado pelo Grupo de Puebla: Presidente e Vice-presidente da Argentina Alberto Fernández e Cristina de Kirchner, figuras da esquerda argentina em massa como Atilio Borón , Jorge Taiana, Adolfo Pérez Esquivel, Estela Barnes de Carlotto, e estrangeiros como Baltazar Garzón, Evo Morales, Rafael Correa, Ernesto Samper Pizano, José Luis Rodríguez Zapatero, Marco Enríque-Ominami, Juan Carlos Monedero, entre outros.
No dia 21MAR2023, na Casa Rosada presidencial, Alberto Fernández presidiu uma reunião com os membros fundadores do Grupo de Puebla na qual foi discutida uma estratégia para a reativação da UNASUL. Na tarde desse dia, o evento promovido pela UNESCO incluiu um “debate especial” que o Grupo definiu como “em apoio a Cristina Fernández de Kirchner” sob o título “Do partido militar ao partido judicial”.
“Cristina presidente” gritavam militantes reunidos no auditório do Centro Cultural Néstor Kirchner, o tema do evento é a perseguição judicial contra a viúva Kirchner que foi processada por manipulação de contratos de obras públicas durante seus governos e o de seu falecido marido. Cristina Kirchner pretende fugir da prisão ao se eleger presidente nas eleições de 22OUT23. O fórum da ONU serviu de plataforma para a aspiração do agora vice-presidente argentino. No mesmo fórum, a enviada da ditadura venezuelana, Stella Lugo, referiu-se ao operador financeiro de Maduro, o colombiano Alex Saab, detido nos EUA.
Este Relatório solicitou informações à assessora de imprensa da UNESCO em Paris, Clare O’Hagan, sobre o financiamento do evento em Buenos Aires, a seleção dos palestrantes e o uso da sigla UNESCO para o lançamento da candidatura de Cristina Kirchner. O assessor de imprensa da UNESCO não respondeu ao pedido de informações.
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Texto adicionado em 27MAR2023. A porta-voz da UNESCO, Clare O’Hagan, enviou um e-mail a esta Reportagem no dia 27MAR2023 com o posicionamento daquela organização em relação ao evento organizado pela CIPDH-UNESCO em Buenos Aires juntamente com o Grupo Puebla. Segundo O’Hagan: “A UNESCO não financiou este evento, pois não foi co-organizadora” (…) “Como a UNESCO não é a organizadora, não participou da seleção dos convidados” (.. .) “O evento a que se refere seu artigo foi organizado pela CIPDH, centro criado e dependente do Estado argentino. Este centro foi colocado sob os auspícios da UNESCO porque as suas atividades em geral estão em conformidade com o mandato e os valores da nossa Organização” (…) “A UNESCO respeita a autonomia dos centros sob os seus auspícios”