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HCAMP registra melhora significativa na saúde de indígenas atendidos

Atuação dos profissionais de saúde do Hospital de Campanha contribuiu para a recuperação da higidez da população indígena atendida, proporcionando aumento do número de alta hospitalar.

Agência Força Aérea, por Tenente Marize Torres

Formado por uma equipe especializada em clínica médica, ortopedia, cirurgia geral e pediatria, além de enfermeiros, farmacêuticos e técnicos em enfermagem, o Hospital de Campanha (HCAMP) da Força Aérea Brasileira (FAB) atingiu a marca de 1.733 atendimentos a indígenas desde sua instalação em Boa Vista.

A atuação dos profissionais de saúde do Hospital auxiliou na melhora das condições de saúde da população indígena atendida. Em razão desse avanço, houve um aumento considerável do número de alta hospitalar.

Desde o início da Operação Yanomami, as principais demandas são em pediatria, com mais de 601 atendimentos realizados, seguidos de clínica médica (171) e ginecologia (148), além de 271 exames laboratoriais.

Segundo o Comandante do HCAMP, Major Médico Aluizio Paiva Gonçalves, “a grande preocupação de toda a equipe foram os problemas de saúde básica, crianças desnutridas, indígenas necessitando de atendimento básico e isso foi um grande desafio, além da comunicação com esses indígenas. Também foram feitas parcerias com intérpretes para poder se comunicar com eles, mas o grande desafio foi encontrar esse cenário de saúde pública um pouco mais defasado. A partir daí, conseguiu-se dar um suporte para tentar melhorar a situação dessa população”, expressou o Oficial. 

Após tantas adversidades, o militar comentou sobre o saldo positivo da Operação até o momento. “O Hospital deu todo um suporte à CASAI juntamente com a Força Nacional do SUS, o Médico sem Fronteiras, uma força conjunta para realmente melhorar a situação desses indígenas. Isso foi muito positivo, porque nós conseguimos, através dessa força-tarefa, melhorar a qualidade da saúde desses indígenas, a nutrição dessas crianças, tratando de forma humanitária.”

O Major Aluizio acredita que a situação já se encontra estável no Hospital de Campanha, com a redução do número de atendimentos. “Acreditamos que chegamos em um momento que esse número de atendimentos foi caindo, principalmente aqueles com mais gravidade. Já batemos 100 atendimentos ao dia e hoje o número é bem baixo, em torno de dois a quatro diariamente e, certamente, o número de transferências diminuiu bastante. Nosso maior número de atendimentos foi com a pediatria, atendimento básico à saúde, higienização, nutrição e orientação quanto à alimentação. Fizemos atendimento diário e acredito que hoje estamos estabilizados dentro da CASAI.”

Atendimento integrado

O HCAMP foi montado na Casa de Saúde Indígena (CASAI), estabelecimento responsável pelo apoio, acolhimento e assistência aos indígenas direcionados aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). A principal missão da CASAI está relacionada ao exercício da gestão da saúde indígena, no sentido de proteger, promover e recuperar a saúde desses povos.

A nutricionista da CASAI, Karla Renata Gavazza, relatou quais foram os principais desafios enfrentados na nutrição voltada para a saúde indígena. “Cada etnia tem suas particularidades. Além disso, a situação do idioma foi um desafio muito grande, além da questão da identificação da idade dessas crianças e o estado de desnutrição de cada uma. A gente começou a seguir a tabela da OMS, quanto ao peso e estatura.”

A profissional de saúde expressou também a importância das ações em conjunto com o HCAMP. “Nós tivemos uma avaliação em massa junto ao Hospital de Campanha. Fizemos uma força-tarefa para avaliar as crianças em relação a peso, altura, para classificá-las e dali a gente entender quantas crianças temos em desnutrição grave, quantas crianças nós temos em desnutrição moderada, quantas daquelas temos em comorbidade e sem comorbidade. Com o auxílio do Hospital de Campanha, já vemos um avanço maravilhoso”.

O quadro de desnutrição das crianças atendidas tem diminuído e um dos indicadores é o aumento do número de altas. “Tivemos um mutirão de reavaliação dessas crianças para possíveis altas. O mais importante é essa ação conjunta. Elas recebem alta, mas a gente sempre pede para a pediatria do HCAMP fazer uma avaliação, para que essa criança volte segura para sua comunidade. Assim, a alta é feita de forma conjunta”, destacou a nutricionista.

Apoio em diversas frentes

O Comando Operacional Conjunto Amazônia já transportou 16.392 cestas básicas para as aldeias da Terra Indígena Yanomami, totalizando uma ajuda a mais de 30 mil pessoas que vivem na região. A Operação também tem prestado apoio aéreo logístico à Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS), do Ministério da Saúde, por meio de transporte de pessoal e de material para atender seis comunidades indígenas na região Yanomami.

Fotos: Sargento P. Silva  /CECOMSAER

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