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Ucrânia concentra “interesses imperiais” não apenas da Rússia, afirma papa Francisco

(RFI) A Ucrânia concentra “interesses imperiais” e “não apenas do Império Russo”, afirmou o papa Francisco em entrevista à televisão pública suíça, cujos trechos foram publicados nesta sexta-feira (10).

Existem na Ucrânia “interesses imperiais, não só do império russo, mas dos impérios de outras partes. É próprio de um império colocar as nações em segundo plano”, declarou em italiano o sumo pontífice em entrevista à televisão suíça RSI.

“Em pouco mais de cem anos houve três guerras mundiais: 1914-18, 1939-45, e esta, que é uma guerra mundial. O conflito começou aos poucos e agora ninguém pode dizer que não é uma guerra mundial”, ele acrescentou, de acordo com a transcrição parcial da entrevista disponível no site do RSI. A versão completa será divulgada no domingo (12).

“As grandes potências estão todas ligadas. E o campo de batalha é a Ucrânia. Todo mundo está lutando lá”, acrescentou o papa argentino de 86 anos, cujo pontificado completará dez anos na próxima segunda-feira (13).

Guerra “absurda e cruel”

Jorge Bergoglio multiplicou os apelos à paz na Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022, condenando veementemente uma guerra “absurda e cruel”.

Apesar das propostas de mediação, a diplomacia da Santa Sé não conseguiu se impor sobre o conflito na Ucrânia. O próprio papa havia considerado ir a Kiev e a Moscou, um projeto que até agora não está em vias de realização.

Em outubro passado, Francisco pediu que o mundo aprenda com a história, se referindo às ameaças de guerra nuclear na Ucrânia. Em uma cerimônia no Vaticano, ele defendeu o caminho da paz.

Em meio a ameaças de guerra nuclear, papa Francisco pede que mundo ‘aprenda com a história’

O papa Francisco pediu que o mundo aprenda com a história, referindo-se às ameaças de guerra nuclear na Ucrânia. Em uma cerimônia no Vaticano, ele defendeu o caminho da paz.

O sumo pontífice não fez nenhuma menção direta ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia ou às declarações recentes do presidente norte-americano Joe Bien, que disse que o mundo está sob a ameaça de um “Armagedom” nuclear pela primeira vez desde a Guerra Fria. Mas ao recordar o início do Concílio Vaticano II há 60 anos, Francisco disse durante uma missa de canonização na Praça de São Pedro que “não devemos esquecer o perigo da guerra nuclear que ameaçou o mundo”.

“Por que não aprendemos com a história? Naquela época houve conflitos e tensões, mas escolheu-se o caminho da paz”, insistiu o pontífice de 85 anos.

Há exatamente uma semana o papa havia pedido ao presidente russo, Vladimir Putin, que acabe com a “espiral de violência” na Ucrânia, também por amor a seu povo. O sumo pontífice ainda criticou as anexações de territórios por considerá-las “contrárias ao direito internacional”.

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