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Aeronáutica celebra 82 anos de contribuição com a tecnologia do País

Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, a aviação militar e civil foram impulsionadas no Brasil

Agência Força Aérea, por Tenente Marize Torres

“As invenções são, sobretudo, o resultado de um trabalho teimoso”. O pensamento do Pai da Aviação, Alberto Santos-Dumont, é compatível com a persistência da Força Aérea Brasileira (FAB) em seu objetivo estratégico e geopolítico de defender, controlar e integrar o território nacional. Para isso, a Instituição, que completa 82 anos em 2023, desenvolveu tecnologias que a tornam uma potência em inovação aeronáutica, situando-a entre as quinze melhores do mundo, segundo o portal Global Fire Power.

Criado em 20 de janeiro de 1941, o Ministério da Aeronáutica impulsionou a aviação militar e civil no Brasil. A FAB combateu na Segunda Guerra Mundial, época em que criou o Primeiro Grupo de Aviação de Caça, atuante em Campanha na Itália. Ao final do conflito, a Instituição contava com mais de 1.500 modernas aeronaves, incluindo os caças Republic P-47D Thunderbolt, o que a tornava a segunda maior Força Aérea das Américas.

Na mesma década, o Correio Aéreo Militar (CAM) se transformava em Correio Aéreo Nacional (CAN), promovendo a integração do País, principalmente das populações de localidades pequenas na região Norte.

Com o tempo, o Ministério da Aeronáutica passou a gerir assuntos ligados à política aeroespacial, à indústria aeronáutica, à infraestrutura aeroportuária e à aviação civil.

Na década de 1950, o Brasil evoluiu ainda mais cientificamente com a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Todo interesse do Ministério da Aeronáutica na criação de um Instituto dedicado ao ensino e pesquisa em ciências aeronáuticas estava ligado às novas dimensões da Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em Ciência & Tecnologia (C&T) para fins militares adquiridos já durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, ao longo da Guerra Fria, como esclarece André Luiz de Almeida (2006), em sua dissertação “A evolução do poder aeroespacial brasileiro”.

No que diz respeito ao Sistema de Controle de Tráfego Aéreo, a FAB é reconhecida como uma das melhores do mundo. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) investiu no software X-4000, também chamado de Sistema de Tratamento e Visualização de Dados (STVD), que começou a ser implantado no início da década de 1990. O sistema marcou a história dos equipamentos de controle de tráfego aéreo no mundo, pois foi pioneiro no uso de monitores de alta resolução, de processamento gráfico de alto desempenho, estações de trabalho como processadores e arquitetura distribuída. Até hoje, segundo a EMBRAER, a solução nacional ocupa uma posição de destaque no cenário mundial de controle de tráfego aéreo, com o Brasil entre o seleto grupo de nações desenvolvedoras de tecnologia de vanguarda nesse campo.

Ademais, a FAB desenvolve, ainda, o Projeto 14-X, de tecnologia hipersônica. O propulsor scramjet do 14-X S gera em torno de 5.000 cavalo-vapor e alcançou uma velocidade próxima a Mach 6 (seis vezes a velocidade do som, equivalente a aproximadamente 7.400 km/h), logo no primeiro teste de voo do projeto, iniciado em 2008. O sistema em desenvolvimento no Brasil será capaz de voar a Mach 10 (cerca de 12.000 km/h). Como comparação, o Concorde, o último avião comercial supersônico, voava em torno de Mach 2.04 (2.179 km/h).

A FAB ganha mais uma nova página na ampliação do conhecimento científico e do domínio de tecnologias estratégicas. Para defender a soberania do Espaço Aéreo, a instituição fez recente aquisição de eficientes mísseis de última geração, os consagrados METEOR e IRIS-T, dando continuidade ao compromisso de modernização de armamentos. Além disso, com satélite desenvolvido no ITA e lançado pela SPACEX, o Brasil conquista nova posição no domínio espacial. O satélite tem a missão de monitorar a ionosfera (camada superior da atmosfera), coletando dados para o estudo dos efeitos das tempestades solares, que ocasionam perturbações em atividades da sociedade atual, tais como a interrupção do sinal GPS, o black-out de comunicações, interrupção na transmissão de energia e muitos outros.

E para comemorar ainda mais o avanço tecnológico brasileiro por meio da FAB, um feito inédito marcou os 82 anos da Aeronáutica com o lançamento do primeiro foguete produzido 100% no Brasil: o Suborbital VSB-30. Lançado em Alcântara (MA), no dia 23 de outubro de 2022, o veículo desenvolvido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) levou a bordo o experimento científico “Forno Multiusuários”, produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Todo esse contexto de avanço tecnológico promovido pela Força Aérea Brasileira faz jus ao decreto de criação do Ministério da Aeronáutica, que considera que sua eficiência e aparelhamento são decisivos para o progresso e a segurança nacional.

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