Combatentes de um cartel próximos a caminhão em chamas durante confronto com tropas federais em Culiacán 17/10/2019 REUTERS/Jesus Bustamante
Cartel aterroriza cidade do México e liberta filho de El Chapo
Por Dave Graham e Lizbeth Diaz
CIDADE DO MÉXICO – Combatentes fortemente armados cercaram forças de segurança em uma cidade do México e as forçaram a libertar um dos filhos do chefe do narcotráfico Joaquín “El Chapo” Guzmán, depois que sua captura desencadeou tiroteios e uma fuga da prisão que obrigou civis a buscarem proteção.
O ministro da Segurança, Alfonso Durazo, disse que uma patrulha da Guarda Nacional foi atacada inicialmente de dentro de uma casa da cidade de Culiacán, 1.235 quilômetros ao noroeste da Cidade do México, na quinta-feira.
Depois de entrar na casa, a patrulha encontrou quatro homens, inclusive Ovidio Guzmán, que é acusado de tráfico de drogas nos Estados Unidos.
Mas a patrulha logo foi atacada pelos atiradores do cartel, e teve que recuar para evitar a perda de vidas, disse o governo. Simultaneamente, combatentes se espalharam pela cidade, confrontando policiais e soldados em plena luz do dia.
Eles incendiaram veículos e deixaram ao menos um posto de gasolina em chamas.
“Foi tomada a decisão de recuar da casa, sem Guzmán, para evitar mais violência na área e preservar as vidas de nosso pessoal e recuperar a calma na cidade”, disse Durazo à Reuters.
A reação à captura de Guzmán foi em uma escala raramente vista durante a longa guerra do México contra as drogas, mesmo após a prisão de seu pai mais famoso. O caos permanecia ao anoitecer.
Um grupo grande de presidiários escapou da prisão da cidade. Moradores se esconderam em shopping centers e supermercados em meio aos disparos, e colunas negras de fumaça se erguiam no horizonte.
Famílias com crianças pequenas abandonaram os carros e se deitaram de barriga para baixo na rua. Balas estalavam acima de suas cabeças. “Pai, podemos levantar agora?”, perguntou um menino pequeno ao pai em um vídeo publicado no Twitter.
“Não, fique abaixado”, respondeu o homem, com voz trêmula.
Cristobal Castañeda, chefe de segurança do Estado de Sinaloa, disse à rede Televisa que duas pessoas foram mortas e 21 ficaram feridas, segundo informações preliminares. Não ficou claro de imediato se membros da patrulha ficaram feridos. A Reuters TV mostrou ao menos três corpos caídos perto de carros na rua.
O caos em Culiacán, um bastião do cartel de Sinaloa dos Guzmán, aumentará a pressão sobre o presidente Andrés Manuel López Obrador, que prometeu pacificar um país cansado de mais de uma década de luta contra o narcotráfico.
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Cientistas da UFRJ determinam área mais provável de origem do óleo no NE
Simulação de correntes marinhas aponta para região a mais de 600 km da costa na latitude entre Alagoas e Sergipe
Rafael Garcia
17/10/2019 – 17:29 / Atualizado em 18/10/2019 – 13:29
Simulação de computador da Coppe/UFRJ mostra possíveis trajetórias de manchas de óleo que desaguaram no litoral nordestino Foto: Lamce/Coppe/UFRJ
Simulação de computador da Coppe/UFRJ mostra possíveis trajetórias de manchas de óleo que desaguaram no litoral nordestino Foto: Lamce/Coppe/UFRJ
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RIO – O ponto de origem do despejo de óleo que poluiu a costa do Nordeste está em uma área entre 600 km e 700 km da costa brasileira, numa faixa de latitude com centro na fronteira entre Sergipe e Alagoas. A área foi determinada por pesquisadores da Coppe/UFRJ, o Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com uma simulação de computador.
A pedido da Marinha, os pesquisadores Luiz Landau e Luiz Paulo Assad rodaram um modelo matemático de correntes marinhas no Atlântico e cruzaram os dados com o mapa de manchas de óleo encontradas na costa do Nordeste. Ao inverterem o sentido temporal do modelo de computador, a partir dos pontos de destino do óleo fragmentado, chegaram a uma estimativa sobre sua origem.
Cena do crime
60%
Áreas em azul escuro são aquelas mais prováveis. Áreas amarelas são as menos prováveis
Simulação de computador da Coppe/UFRJ mostra possíveis trajetórias de manchas de óleo que desaguaram no litoral nordestino
Fonte: Lamce (Laboratório de Métodos
Computacionais em Engenharia)
O centro da área apontada pelos cientistas fica fora da zona econômica exclusiva do Brasil, em águas internacionais.
— A gente estava interessado em entender a origem desse descarte ou vazamento de óleo — disse Landau ao GLOBO. — A gente já encerrou essa parte da análise, que já foi entregue para a Marinha. Na semana que vem vamos começar a trabalhar em tentar entender como vai ser a dispersão do óleo daqui para frente.
Segundo os pesquisadores, a estimativa da provável origem do vazamento não pode ser rastreada a uma área menor, porque é difícil saber quando exatamente cada mancha chegou em cada praia do Nordeste. As datas oferecidas pelo Ibama são referentes ao momento em que o óleo foi detectado e notificado, não necessariamente ao instante em que cada praia recebeu o material.
— Além disso, existe muita incerteza com relação à trajetória do óleo, porque ele correu abaixo da superfície, o que dificulta muito a analise. — afirma Assad. — Não sabemos quanto tempo esse óleo demorou para "intemperizar", ou seja, sofrer processos de mudanças da características físico-químicas para entrar abaixo na coluna d'água.
As localidades afetadas pela mancha
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Segundo os pesquisadores, agora que os dados estão nas mãos da Marinha, eles esperam que a pesquisa contribua para o rastreamento de embarcações que podem ter sido responsáveis pelo incidente.
Landau afirma que, em princípio, é possível também tentar estimar quanto tempo durou a liberação do óleo, o que poderia ajudar a responder se o vazamento foi pontual ou gradual, e se ainda persiste. Para isso, porém, seria preciso processar mais dados.