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amos transparência ao programa"
ENTREVISTA
Almirante-de-Esquadra BENTO COSTA LIMA LEITE DE ALBUQUERQUE JR.
Diretor de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha
 
Submarino Riachuelo deve ser lançado em Dezembro
Nos anos 1990 o programa do submarino nuclear foi afetado por contenção de gastos, A troca de governo pode comprometer o projeto?
A Marinha é do Estado brasileiro. Ela tem de conduzir seus projetos na duração que podem ser executados. O motivo de estar aqui, falando para a sociedade rio-grandense, como faço em outros Estados, é mostrar os programas, dar satisfação de como es tão e para onde vão e da necessidade de recursos. Temos recebido desde 2008, quando foi assinado o acordo de parceria estratégica com a França. recursos para que possamos lançar o submarino (convencionai) no final do ano. Foi dentro do cronograma previsto? Não, tem atraso de dois anos. Mas isso não foi só por conta de recursos, foi também pelo desafio tecnológico. Saímos do zero e em pouco tempo realizamos muito. Depende da economia. Se eJa não vai bem, evidentemente seus programas vão ter algum tipo de restrição em um de terminado período,
Mas o programa parece ter sobrevivido ao período de maior crise econômica.
Os últimos anos foram muito difíceis e conseguimos dar prioridade. Faltou recurso, mas o priorizamos para que não houvesse um atraso que comprometesse o próprio programa. Estamos conduzindo esse programa, depois de 10 anos, com resultados bastante positivos. sempre que há falta de investimento, a gente prioriza aquilo que é fundamental para que o programa não pare.
O Riachuelo é simbólico porque é o primeiro construído no mesmo local do desenvolvimento do aparelho nuclear.
Construirmos na década de 1990, quatro submarinos convencionais, fruto de um contrato com os alemães. (Os novos) estão sendo construídos em Itaguaí (RJ), onde será. desenvolvido o submarino nuclear. Para construí-lo, necessita-se de um centro de manutenção especializado porque trabalhamos com combustível nuclear. Tem de ter características e condições de segurança que permitam o trabalho.
O fato de o Brasil estar desenvolvendo um submarino com propulsão nuclear pode alavancar uma corrida armamentista na região?
É um receio e até foi veiculado, talvez fomentando polémica. Nosso maior parceiro na América do Sul é a Argentina. Temos uma relação transparente. Recebi, no início do mês, uma delegação argentina que visitou nossas instalações. Em novembro, vou a Buenos Aires participar de seminário com técnicos, empresas e órgãos governamentais brasileiros e argentinos.
A desconfiança da comunidade internacional em relação ao uso pacífico da energia nuclear pelo Brasil foi superada?
 
O que existe é conflito de interesses. É lógico que determinados países não veem com bons olhos um outro estar entrando no negócio. Isso é uma questão de interesse até econômico. Mas cada um tem sua soberania e toma suas decisões de acordo com seus interesses. Temos, às vezes, de quebrar resistências. E isso temos conseguido. Estamos dando transparência maior ao nosso programa porque isso, da mesma forma que dá o conhecimento para o outro — e pode oferecer  alguma restrição vai trazer outras oportunidades de parcerias.
 
 
 
SUBMARINO NUCLEAR E À PROVA DE CRISE
O primeiro submarino da Marinha brasileira construído no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, será lançado ao mar no dia 14 de dezembro.  A estreia do Riachuelo, S-BR1, da classe Scorpene, é simbólica porque abre a série de produção de quatro embarcações convencionais que culminará na construção do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro, clímax do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). O projeto do submarino nuclear, que completa 10 anos, em 2018, consumiu cerca de R$ 21 bilhões em valores corrigidos pela inflação, É motivo de orgulho para Marinha, apesar dos atrasos. O primeiro submarino de propulsão rnd adiar.' 2 Pdia erige CCOrkiriliCe, que iimitou repa, es de verbas ries á hirrtas ornts, io primeiro submarino de propulsão nuclear (SN-L1R) empinara sistema ic.' tecnoiogias do X i;;achtirelo. Por isso. a construção de `abatuaçõ-es convencionais é' importante, para dar 2-periência e escala de produção de equiparnento:; que serão comuns 1105 dois tipos. Na sexta-fira. o diretor-,geral de Desenvolvirnento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante-de-esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Jr., esteve em Porto Alegre, conversando com empresários., políticos pesquisadores de llá vers./dar:1es, em busca de sensibilizar a opinião pública sobre a importância do projeto. Durante palestra, na Capitania Fluvial de Pano Alegre, o militar apresentai detalhes dos programas, São quatro submarinos £100 VCIICialal'S e a nacleur. Outro projeto associado prevê o desenvolvimento do reator atómico construído no Brasil, que deve entrar em fase de testes em 2022. O submarino nuclear
será chamado de Álvaro Alberto. Almirante pioneiro do plano ti.ÉISTIIÍCO da Marinha. Affitiquerque ir. explicou c argumentos da força naval para desenvolver os projetos_ Copforrne a rnifitar, o Brasil é o Cínico país, entre aA graraes com tecnologia nuclear, que usa x:sse tipo de pesquisa para fins pacíficos e que mio dispide de uma ern barcoçdo corri propulsão atômica.. Diferentemente de 03 uipamen rat.,; corwmcionuigr iinovidos a di(sel. a .ubrnorino nuclear não predsa .5 ubir ã superficle para reabisrsteaT de ri, m. maíórcutonotnia, vehiddade e o torna mais furtivo em combatei – Noventa e eineip por cento da rrow economia é fruto do mar. !O% da caw mundial che:0 ai dod quase 130 portos; privados e estatais kasiteiros. Nossa soberania depende da sirtizu maça do tirar – explicou o iran O militar salientou que o dewn wlvimen to de tectiología nuclear pelo RrusiÉ, embora para fias  pariras, é visto ás luza com desconfiança pela cum unidade ínternacional. Por riso. ele tem dado enraias de !na nsparéncia à Agi TICI-41 internacional de Energia Art5F71 ira (AIEA). arfas inspeções com e sem aviso prévio mio feitas com frequência. Durante a palestra, o oficiai foi questionado sobre a segurança do material nuclear e de detalhes técnicos, como sistemas do submarino, composto por 9.50 mii componentes , o que torna sua construção mais cornplera do que a de um Bocirig 777, segundo ele. – E um relógio suíço de 6000 toneladas – brincou. Com a incorporação do Riachuelo à frota brasileira, o pais contará, a partir de dezembro com seis submarinos convencionais, Outros três serão construídos nos próximos anos. O equipamento nuclear só deve ser concluído em 2028, confirme previsões otimistas.
 
 
 
 
 
 
 

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