EPIDEMIA SOCIAL
Pinto Silva Carlos Alberto [1]
1. SEGUNDO FLORIANO DE ALMEIDA NETO, UNIVERSIDADE DE COIMBRA, 2019.[2]
– “Tínhamos o “Gatekeeper”, o "porteiro" da redação e responsável pela filtragem da notícia, com a função de “selecionador” do que pode ser ou não notícia para um meio. Esse guardião do portão das informações geralmente é formado por uma equipe é guiada pelo editor do jornal que deve seguir preceitos profissionais do jornalismo no lugar de suas ideias pessoais, originalmente focado na mídia de massa com sua dinâmica de poucos para muitos.
– Atualmente a teoria “Gatekeeper” também aborda a comunicação presencial e a dinâmica inerente a muitos na Internet.É, em suma, o poder que a mídia tem de liberar apenas o que interessa, e esconder o que não se quer divulgar, como um porteiro que só deixa entrar e sair o que e quem ele quiser.
– Neste âmbito surgiu o “Gatewatching”, o espaço, que antes era limitado, passa a ter a participação de qualquer internauta na escrita das notícias, num processo que ocorre praticamente em real-time, com respostas prontas e opinativas, na maior parte das vezes. A multiplicação de canais de informação disponíveis hoje em dia mostra que esta é uma mudança sem volta. E que permite um aumento também das audiências, que se tornam seletivas e voltadas para sites específicos, de acordo com o gosto e o interesse de cada um.
– “São comunidades on-line que compartilham os mesmos temas e transformam os usuários em novos produtores de notícias e informações”, segundo Axel Bruns. Em suma, o público tem invertido a relação de seleção e o processo de observação dos acontecimentos e o usuário passou a ser mais participativo.”
É verdadeiro que a multiplicação de canais de informação disponíveis, hoje em dia, mostra que esta é uma mudança sem volta, e que parece ter tornado obsoleto o papel da teoria do “Gatekeeper” ou pelo menos, levará a uma mudança radical da velha imprensa.
Na economia tradicional o valor é resultado da escassez; ícones de riqueza convencional, como diamantes, ouro, são preciosos porque são raros.
A lógica “Gatewatching”, porém, é o contrário. Poder, valor, e importância resultam da abundância de usuários e participantes nas redes, e amigos no Twitter, Facebook e Grupos de WhatsApp.
2. SEGUNDO MALCOLM GLADWELL NO LIVRO “O PONTO DA VIRADA”:
“Mas será que isso é verdade? As epidemias também formam redes: um vírus passa de uma pessoa para outra, espalhando-se por toda uma comunidade. Quanto, mais indivíduos forem infectados, mais “poderosa” epidemia se tornará. No entanto, é também, por isso, que as epidemias costumam desaparecer de repente.
Quando se fala de “EPIDEMIA SOCIAI” se dá muita pouca atenção à questão da imunidade.
Já ficamos imunes ao telefone fixo que cada vez mais passamos a utilizá-lo de forma seletiva, e muitos já não os possuem mais em suas casas. Algo parecido está acontecendo com o E-mail e o WhatsApp que antes recebíamos mensagens e na mesma hora, preocupados, redigíamos as nossas respostas, principalmente aos amigos mais próximos. A antiga ansiedade foi substituída por pavor devido ao número enorme de mensagens, vários grupos de amigos, spams, piadas e histórias totalmente fora do contexto. E, também, mensagens de pessoas que não se tem a menor ligação pedindo coisas que não se deseja fazer.
Tudo isso logo leva a desenvolver “IMUNIDADE SOCIAL” e a valorizar ainda mais os contatos pessoais e a comunicação com aqueles que já conhecemos e em quem confiamos.
Quais são as cores das lentes através das quais você está enxergando o momento político no Brasil e o avanço das forças de esquerda?
É importante ressaltar que o que está ao nosso redor não determina o que vemos: quem faz isso é o nosso interior, através de paradigmas, experiências, dogmas, contexto, interações sociais e a conjuntura que vivenciamos.
Quem você é determina o que você vê e a forma como você pensa, fala e age e reage, e assim, também, o grupo e o ambiente em que se vive. A proximidade reforça a semelhança.
Num mundo dominado pelo “isolamento” e pela “imunidade social”, apresento o desafio abaixo:
Como plantar a semente de atividades de uma campanha na defesa da democracia?
A mensagem (Informação) deve causar impacto, deve ter um significado, deve procurar o envolvimento das pessoas. A mensagem deve ser fixada.
As ideias precisam ter a capacidade de se manter na memória das pessoas e as fazer pensar, falar e agir.
No momento em que recebe um excesso de mensagens as pessoas não fixam o que leem. Deve-se, então, inverter a questão e começar a construir um significado para as mensagens (Objetivo). Qualquer tentativa que não esteja alinhada à construção de um significado (Objetivo) será perdida.
A mensagem curta e convincente agrega maior significado a ideia e faz com que as pessoas corram atrás do complemento, isto é, do texto completo,
Para começar devemos unir as pessoas por causas (objetivos) e não por grupos.
Os especialistas fornecem as mensagens (conteúdo que é importante para a fixação), as redes de informação e sociais são a cola social: elas a espalham. Existem também os mercadores (pessoas com empatia) que são capazes de persuadir outras pessoas, quando elas não acreditam no que estão ouvindo e os chamados tradutores que pegam as mensagens (informações) e traduzem para uma língua que o resto das pessoas entenda”.
3. COMO AS PESSOAS PODERIAM COOPERAR NA LUTA NÃO VIOLENTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA NO BRASIL?
Estimulando o Cibercidadão: Indivíduos que utilizam os meios digitais para participação política, a troca livre e responsável de ideias visando a defesa e o aperfeiçoamento da democracia brasileira, como, também, ou controle da responsabilidade e transparência na gestão pública.
Convidando seus amigos mais íntimos (aqueles que todos gostariam que estivessem com você nas comemorações e nas necessidades) para que participem como especialistas no preparo das mensagens e na organização das redes do conhecimento, como mercadores e tradutores.
Rede do Conhecimento: Se produz a partir das redes sociais, das interações e colaborações, entre os indivíduos membros. São pessoas discutindo questões, refletindo sobre elas, ensinando e aprendendo, umas com as outras, em todas as áreas de conhecimento.
Em seguida, montando mailing (seguidores que oferecem seus E-mails para receber informação com os endereços eletrônicos válidos do seu cadastro e do cadastro dos seus amigos, organizando uma rede de informação.
Rede de Informação: Acesso democratizado, universal, global e total a informação e ao conhecimento, através dos meios de comunicação e equipamentos eletrônicos. A Internet inaugurou uma nova sociedade chamada de Sociedade da Informação.
Por fim criar uma“Epidemia Social” cujo o “Vírus” seria a defesa da democracia, da ética na política, do combate a corrupção, da família, e das ideias conservadoras. Para isso, convencendo aos amigos a organizar as “Pirâmides Eletrônicas Sociais”, isto é, “Pessoas” para as redes do conhecimento, cada uma teria um número de participantes que pudessem ser controlados: no caso dez [3] que seriam escolhidos entre aqueles amigos mais íntimos (aqueles que todos gostariam que estivessem com você nas comemorações e nas necessidades) e teriam a responsabilidade de organizar novas “Pirâmides Eletrônicas Sociais”; e, além do pequeno grupo uma rede de informação com o número de participantes, a ser decidido por cada organizador (Regra de Dunbar)[4], que pertenceriam aos diversos grupos sociais, entre eles, militares, civis, federação das indústrias, federação da agricultura e políticos (Senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, e etc.); grupos de serviços; lojas maçônicas, grupos religiosos; e etc. em todos Estados e Municípios.
Em cada capital, e se possível cada município, teria um grupo como responsável pela área.
3. CONCLUSÃO.
Como a rede do conhecimento e da informação pode alcançar os objetivos previstos?
– Estimulando a participação do Cibercidadão
– Socializando informações vindas de vários pontos.
– Dinamizando a informação.
– Fortalecendo o trabalho social, permitindo troca de experiências entre organizações e indivíduos geograficamente distantes.
– Promovendo a formação e interação de parcerias.
– Ampliando a troca de conhecimentos e experiências.
– Não publicando boatos.
– Fomentando a participação da sociedade nas redes sociais, pela mobilização conjunta de recursos e competências para influenciá-la, por meio de contatos com grupos diversos: militares; federação das indústrias; federação da agricultura; políticos (Senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores [5]), grupos de serviços; lojas maçônicas, grupos religiosos.
Democracia e liberdade pós gatekeeping: respostas da sociedade civil através dos novos media.
[3] “IMUNIDADE SOCIAL” leva a valorizar ainda mais os contatos pessoais e a comunicação com aqueles que já conhecemos e em quem confiamos. Com mais ou menos entre 10 e 15 pessoas, começamos a ficar sobrecarregados.
[4] O número de Dunbar define o limite cognitivo teórico do número de pessoas com as quais um indivíduo pode manter relações sociais estáveis, ou seja, uma relação em que o indivíduo conhece cada membro do grupo e sabe identificar em que relação cada indivíduo se encontra com os outros indivíduos do grupo.
[5] O vereador de hoje é o deputado ou senador do amanhã.