Leaks – EUA podem reduzir importações provindas do Equador em resposta ao caso Assange

Gustavo Nardon
Defesanet Agência de Notícias

O Congresso dos EUA poderia facilmente reduzir suas preferências comerciais, em relação ao Equador, em resposta à concessão de asilo ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, disse ontem o editorial do The Washington Post.

A concessão de asilo a Julian Assange, adverte o editorial, pode ter conseqüências econômicas desastrosas para o Equador. "O Congresso pode decidir, com facilidade, uma diminuição no comércio que o acesso privilegiado para início do próximo ano", o editorial Post, e pergunta: "E Assange realmente vale a pena?"

"Os Estados Unidos, este país que Correa tanto despreza , importa do Equador muitos bens com isenção de impostos,  que suporta cerca de 400 mil postos de trabalho em um país de 14 milhões de pessoas, e assume um terço das vendas fora do Equador", destaca.

"Rafael Correa, o presidente ‘falador’ e muito anti-americano do Equador, tem incentivado essas fantasias e Assange deu boas vindas a um clube chamado perseguidos", acrescenta o jornal.

Por que, então, oferecer asilo? Segundo o jornal, "Correa, que restringiu a liberdade de imprensa em seu país e mostrarou sinais de que estabelece o mesmo tipo de autocracia que Hugo Chávez estabeleceu na Venezuela".

Enquanto isso, o Equador espera se envolver em negociações diplomáticas com o Reino Unido para superar o impasse após o asilo cedido à Julian Assange, disse ontem, Gustavo Jalhk, secretário do presidente Rafael Correa.

"Quando há discrepâncias entre os Estados, a obrigação prevista na Carta da ONU é a resolução pacífica de conflitos e controvérsias", disse ele.

Enquanto isso, Cecilia Riddselius, Vice-Diretora de assuntos criminais e de cooperação internacional do Ministério da Justiça sueco, disse ao diário alemão Frankfurter Rundschau que a justiça de seu país não vai extraditar Julian Assange para os Estados Unidos, pois isso poderia condená-lo a morte.
"Nós nunca ‘daríamos as costas’ uma pessoa que está ameaçada de morte", disse Riddselius.

Enquanto isso, Per Hedvall, conselheiro do Ministério da Justiça sueco,  afirmou ontem  que são as autoridades norte-americanas, em Estocolmo, que devem dar as garantias solicitadas por  Assange, para evitar a extradição da Suécia para os EUA.

“Se Estocolmo receber um pedido de extradição de um país que aplica a pena de morte, o outro Estado deve garantir que não aplicará tal pena ao extraditado.”, disse Hedvall sobre o processo de extradição.

Julian Assange está na Embaixada equatoriana, em Londres, desde 19 de julho, aguardando as definições sobre sua possível extradição da Suécia, onde terá que responder duas acusações de abuso sexual, para os EUA. (Diario Hoy – Ecuador)

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