Governo peruano aumenta segurança na fronteira após regra mais dura com venezuelanos

O Peru planeja aumentar a segurança em sua fronteira com o Equador para conter a imigração ilegal, após a imposição de requisitos mais duros para a entrada de venezuelanos ter resultado em uma queda de 90% das travessias legais, disse uma autoridade do governo peruano nesta segunda-feira.

Mais de 850 mil venezuelanos trocaram seu país pelo Peru nos últimos anos, parte de um êxodo em massa no país que enfrenta uma grave crise econômica.

Mas em junho as autoridades peruanas começaram a exigir que os venezuelanos que cheguem no Peru tenham vistos emitidos anteriormente, parte de uma série de políticas mais rígidas para venezuelanos em países sul-americanos.

“A entrada de imigrantes venezuelanos em nosso país caiu dramaticamente e hoje é 90% menor que o que vimos em junho”, disse o ministro das Relações Exteriores do Peru, Nestor Popolizio, a jornalistas.

Popolizio disse que seu ministério trabalha com o Ministério do Interior em conjunto com a polícia para garantir que imigrantes venezuelanos não estejam fugindo das novas requisições entrando ilegalmente no país.

“Estamos engajados em uma coordenação bem direta para garantir mais proteção em toda a nossa fronteira e para evitar entradas ilegais”, disse Popolizio.

O ministro disse que o Peru é um dos 11 países na região que tentam coordenar suas políticas para lidar com a imigração da Venezuela. Após o Peru passar a exigir vistos para venezuelanos, o Chile e o Equador implementaram medidas semelhantes.

Todos os três países agora exigem que os venezuelanos tenham passaporte, um documento difícil de obter para os cada vez mais empobrecidos venezuelanos.

Oposição da Venezuela diz que conversas na Noruega devem focar eleições

As conversas entre a oposição da Venezuela e o governo do autocrata Nicolás Maduro patrocinadas pela Noruega devem se concentrar em eleições, disse um negociador opositor nesta segunda-feira, mas o diálogo continua travado porque o governo abandonou os procedimentos.

A delegação de Maduro suspendeu sua participação no mês passado para protestar contra uma nova leva de sanções dos Estados Unidos, e ainda não determinou quando voltará às tratativas, que almejam resolver o impasse político do país.

O líder da oposição, Juan Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países, inclusive o Brasil, como o presidente legítimo da nação, disse que esta precisa de uma votação livre e justa após a reeleição de Maduro em 2018, vista por muitos como fraudulenta.

“Foi o regime que saiu abruptamente porque não quis debater… o que é importante para o país, que é a realização de uma eleição livre”, disse o parlamentar Stalin González, um negociador destacado da oposição.

Indagado quando as conversas serão retomadas, González respondeu que “esta pergunta deveria ser feita ao regime, se eles estão preparados ou não para debater as questões importantes”. Nem o Ministério da Informação venezuelano nem o Ministério das Relações Exteriores norueguês respondeu a pedidos de comentários.

No mês passado, quatro fontes disseram à Reuters que, durante as conversas, aliados de Maduro debateram a possibilidade de convocar uma eleição presidencial nos próximos meses. Em tese, a delegação do governo concordou com a votação com a condição de que os EUA suspendam as sanções, que Maduro concorra como candidato do Partido Socialista e que ela aconteça em um ano, disse uma das fontes.

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