Nota DefesaNet Matéria Publicada, em 24 Maio 2019, no site de O Globo. Com repercussão zero, inclusive nos órgãos do Grupo Globo.
Observar que o articulista "foge" para a Síria para explicar o termo Guerra Híbrida Título original e link
O site de propaganda Russo Sputnik omitiu o termo "Guerra Híbrida" no título e dá uma pequena nota, em 25 Maio 2019: Só os sites de esquerda como DCM e 247 repercutem a matéria de O Globo
O Editor |
Marcelo Ninio
Especial para O GLOBO
PEQUIM — Criado no governo Lula, o grupo dos BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e, mais tarde, África do Sul—, tende a se tornar uma instância muito mais econômica e voltada para investimentos do que de concertação política , como em seu nascimento. Essa é a avaliação do vice-presidente Hamilton Mourão, que encerrou nesta sexta-feira uma visita à China. A próxima reunião de cúpula do BRICS está marcada para novembro, no Brasil.
— Hoje, a questão econômica tem uma preponderância. A questão política, eu não vou tocar em determinados detalhes aqui, porque são detalhes de aspecto mais pessoal e sigiloso. Mas nós temos uma guerra híbrida em vigor no mundo, que parte de um dos membros do BRICS. Então, isso já suscita uma série de problemas — disse Mourão, em referência à Rússia.
“Guerra híbrida” é como alguns analistas americanos descrevem o papel do governo russo em conflitos como a Ucrânia, em que há uso de força militar e desinformação sem assumir participação. De outro lado, a Rússia também acusa os EUA de usar métodos de guerra híbrida contra seus adversários. Para Mourão, embora o BRICS tenha deixado de ter convergência política, ainda pode ter valor para os interesses do Brasil.
— A gente tem que ter flexibilidade e pragmatismo. E buscar aquilo dentro do BRICS o que ele tem capacidade de realmente de, os cinco países unidos, ditarem pelo menos alguma parte das regras no mundo. Mas essa questão política, nós temos diferenças, e que são bem marcantes — afirmou.
Na última segunda-feira, Mourão visitou a sede do banco dos BRICS (Novo Banco de Desenvolvimento, NDB na sigla em inglês), criado em 2014 para financiar projetos de infraestrutura, mas que, segundo ele, “está parado” para o Brasil.
— Nós temos que usá-lo mais — disse Mourão, que defende um papel mais ativo para o BRICS a partir da próxima reunião, em que o Brasil estará na presidência Pro Tempore do grupo. — Exatamente fugindo de ficar como clube de debates, vão lá os presidentes, falam meia dúzia de discursos bonitos, assinam uma ata genérica e fica tudo como dantes no quartel de Abrantes. A gente tem que realmente procurar convergências e coisas que sejam concretas e que a gente possa influenciar no concerto das nações.
O último compromisso de Mourão na China foi um encontro com o presidente do país, Xi Jinping, em Pequim. Para o vice-presidente, o principal objetivo da visita foi alcançado, abrir o canal de diálogo com a segunda maior economia do mundo. No encontro com Xi, Mourão transmitiu um convite do presidente Jair Bolsonaro para que o presidente chinês visite a China, o que deve ocorrer no segundo semestre, na cúpula dos BRICS. Também manifestou o interesse de Bolsonaro de vir à China ainda neste ano.
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