Venezuela é uma ameaça à segurança e estabilidade da região, diz autoridade dos EUA

Venezuela representa uma clara ameaça à estabilidade regional e pode arrastar importantes aliados dos Estados Unidos, como Brasil, Argentina e Colômbia, disse uma autoridade do Departamento do Tesouro dos EUA nesta terça-feira. “A Venezuela representa uma clara ameaça à estabilidade e segurança regionais”, disse Marshall Billingslea, secretário-assistente sobre financiamento ao terrorismo do Departamento do Tesouro, em uma audiência em Washington. “Esta é uma questão hemisférica e a implosão do regime é um desafio direto para nós”, acrescentou.

Billingslea também acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de contaminar o abastecimento de água venezuelano em locais de mineração de ouro. A economia da Venezuela entrou em crise sob Maduro, forçando dezenas de milhares de venezuelanos a fugirem para países vizinhos em meio a hiperinflação, escassez de alimentos e de medicamentos e cortes de energia.

Billingslea disse que o governo de Maduro é “uma das maiores empresas criminosas do hemisfério ocidental” envolvida em esquemas de lavagem de dinheiro, corrupção, fraude e mineração ilegal, incluindo mineração de ouro e envio à Turquia para processamento. “Isso está sendo feito não apenas ilegalmente, mas está sendo feito com enormes custos ambientais”, afirmou ele.

“O regime basicamente concedeu-se o controle sobre uma grande porcentagem do país e agora está retirando esse ouro e despejando grandes quantidades de contaminantes químicos e de mercúrio no abastecimento de água.” “Nós destacamos o fato de que muito deste ouro não monetário parece ser destinado à Turquia”, acrescentou. O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as declarações de Billingslea.

Milhares de Venezuelanos se dirigem ao Peru antes de fim de prazo para residência

Pelo menos 6 mil venezuelanos fizeram fila na fronteira com o Peru nesta terça-feira, na esperança de entrar no país antes de um prazo final para adquirir residência, e outros 4 mil são esperados nos próximos dois dias, afirmou o gabinete do defensor público do Peru.

O Peru foi um dos primeiros países a oferecer documentos de residência temporária a venezuelanos que estão deixando seu país atingido pela crise e atravessando a fronteira para Colômbia e Equador até chegar ao Peru. Como o número de venezuelanos no Peru já chega a quase meio milhão, o governo adiantou o prazo final para a concessão de residência do final do ano para o final do mês de outubro.

Imigrantes venezuelanos terão de entrar no país até quarta-feira para que sejam considerados elegíveis a receberem os documentos que permitem moradia, trabalho e estudos legalmente no país. O Peru também passou a exigir passaportes para a entrada no país.

Com a chegada do prazo final, um número crescente de venezuelanos tem lotado a fronteira do Peru com o Equador, segundo Abel Chiroque, diretor do gabinete do defensor público na cidade fronteiriça de Tumbes. “A demanda por serviços é esmagadora (…) a capacidade de atendê-los entrou em colapso”, disse Chiroque por telefone, descrevendo os imigrantes que estão na fila por quase 24 horas.

“A situação é preocupante”. Chiroque disse que pediu que o governo distribua senhas para os venezuelanos na fila quando o prazo acabar, para que eles possam pedir documentos de residência posteriormente.

A agência peruana de imigração não respondeu imediatamente aos pedidos para comentários. Desde que a economia da Venezuela, grande exportadora de petróleo, afundou em uma crise sob o comando do presidente Nicolás Maduro, cerca de 1,9 milhão de venezuelanos emigraram desde 2015, de acordo com a Organização das Nações Unidas.

Cerca de 90 por cento dos que saíram mais recentemente continuam na América do Sul, segundo a ONU. O êxodo aumentou a demanda dos serviços sociais e provocou preocupações sobre crimes e empregos nos países que tem recebido os venezuelanos. Muitos imigrantes estão enfrentando discriminação e leis restritivas à imigração.

Venezuela nomeia novo chefe de inteligência após morte de político de oposição

A Venezuela nomeou o general do Exército Manuel Cristopher como novo chefe do serviço de inteligência Sebin, de acordo com publicação no Diário Oficial do país nesta quarta-feira.

A indicação de Cristopher acontece depois que o político de oposição Fernando Albán morreu sob custódia do Sebin, no que o governo disse ter sido um suicídio, mas que líderes da oposição denunciaram como um assassinato.

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