Em Roraima, ministros da Defesa e do GSI vistoriam abrigos aos venezuelanos

Alexandre Gonzaga

O ministro da Defesa interino, Joaquim Silva e Luna, acompanhado do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Sérgio Etchegoyen, esteve ontem (26), nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, no estado de Roraima, onde realizou vistorias nos novos abrigos destinados à população venezuelana que buscou o Brasil como refúgio.

Por meio do Comitê Federal de Assistência Emergencial, criado para coordenar as políticas públicas a serem adotadas pelo Governo Federal para atender os imigrantes, estão sendo realizadas diversas ações no sentido de tirar essas pessoas de uma situação de vulnerabilidade, como a humanização de abrigos, o fornecimento de alimentação e a construção de novas estruturas de apoio, medidas que estão sob a responsabilidade das Forças Armadas dentro da Operação Acolhida.

Em Pacaraima, pela manhã, os ministros foram recebidos por integrantes do 3º Pelotão Especial de Fronteira (PEF). Em discurso à tropa, Silva e Luna destacou que a missão de acolhimento humanitário aos venezuelanos requer um esforço de desdobramento de meios e uma atenção maior. "Nós estamos diante de uma situação de equilibrar dois interesses: um, daqueles que nos buscam a procura de auxílio humanitário e outro, da população brasileira, que está vendo seus serviços públicos sendo pressionados por essa demanda repentina, que não estava preparada para isso", acrescentou. Militares do 3º PEF colaboram no Operação Controle, que visa coibir ilícitos transfronteiriços em Roraima.

 

Depois da recepção no PEF, a comitiva visitou um abrigo para cerca de 500 venezuelanos da etnia Warao. A partir desta quarta-feira (28), o Exército Brasileiro começa a distribuir gêneros alimentícios para a comunidade indígena oriunda do país vizinho. De acordo com o coordenador da Força-Tarefa Humanitária do Governo Federal em Roraima, general Eduardo Pazuello, a ação faz parte da Operação Acolhida, que envolve as Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica).

Em seguida, em Boa Vista, os ministros visitaram os abrigos "Tancredo Neves", que abriga cerca de 700 pessoas, e "Jardim Floresta", administrado pela Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que hoje conta com aproximadamente 230 pessoas. Após as visitas, o ministro Silva e Luna e comitiva se reuniram com a governadora do Estado, Suely Campos. “Viemos somar esforços ao trabalho já planejado e em execução pelo Comitê gestor de Ajuda Humanitária”, afirmou o ministro da Defesa para a governadora Suely.

No encontro, o general Pazuello fez um relato sobre as ações que são tomadas para acolher os venezuelanos e minimizar os impactos do fluxo migratório nas cidades do estado, principalmente, na capital e na fronteira. Segundo o coordenador da Força-Tarefa, até a segunda quinzena de abril as novas estruturas de acolhimento devem estar concluídas, com o início do processo de interiorização dos venezuelanos para outros estados da Federação.

Em Boa Vista, as Forças Armadas também fornecem apoio para cerca de 1.250 pessoas distribuídas em quatro abrigos. O Exército fornece três refeições diárias para 850 pessoas, enquanto a Força Aérea Brasileira (FAB) fornece alimentação para outras 400 pessoas. As ações são fruto de um trabalho interagências, em parceria com a ACNUR (Agência das Nações Unidas para Refugiados), e com órgãos federais, estaduais e municipais.

Além das ações de acolhimento, também estão em curso medidas de controle, executadas pela 1ª Brigada de Infantaria de Selva na sua área de responsabilidade, com o objetivo de reforçar a segurança na região. O Exército deslocou um maior efetivo para a região, trazendo tropas de Manaus (AM).

“Aumentou-se o efetivo na faixa de fronteira em todas as áreas: Bonfim, Pacaraima, Normandia, ao longo da BR-174, na Travessia do Passarão, na ponte do Uraricoera. Locais onde se pode fazer um controle na faixa e ir aprofundando”, explicou o ministro Silva e Luna à governadora Suely Campos.

 

Nos próximos dias, estima-se que mais abrigos estarão em melhores condições de acolher os migrantes venezuelanos, como é o caso do abrigo Jardim Floresta, que deverá receber famílias que hoje se encontram no abrigo Tancredo Neves, em Boa Vista.

O ministro Silva e Luna também se reuniu com a prefeita da capital, Tereza Surita. No encontro detalhou à prefeita as ações que estão sendo realizadas pelos militares. Na oportunidade, a prefeita agradeceu o apoio das Forças Armadas e colocou os órgãos municipais à disposição da Força-Tarefa.

O ministro da Defesa encerrou os compromissos em Roraima com uma solenidade no 6º Batalhão de Engenharia de Construção (6º BEC), unidade miilitar que comandou entre os anos 1996 e 1998. O 6º BEC está desdobrado para obras da Operação Acolhida, que junto à Operação Controle desenvolve as ações emergenciais com o apoio de órgãos federais e agências governamentais no estado de Roraima.

Fotos: Ascom/MD e Reynesson Damasceno/ACNUR

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