Nota Comentários DefesaNet ao fim da nota do MPF. O Editor |
A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF) promove, nos próximos dias 26 e 27, uma oficina de trabalho em Boa Vista (RR) para discutir a situação atual e os direitos dos venezuelanos que têm se deslocado para o Brasil em razão da crise em seu país natal.
O encontro depositará especial atenção aos indígenas Warao, da região do Delta do Orinoco, que vivem uma onda migratória da Venezuela para o Brasil, tendo como principais destinos Boa Vista e Manaus (AM). O debate será realizado no Auditório Alexandre Borges, no campus da Universidade Federal de Roraima (endereço Av. Cap. Ene Garcês, 2413 – Aeroporto, Boa Vista).
O evento pretende ampliar conhecimentos e trocar experiências de estudo e pesquisa que contribuam para os diálogos interculturais em curso entre agentes públicos e os imigrantes.
A oficina de trabalho conta com os apoios:
– do Instituto de Antropologia da UFRR, e,
– do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), conhecido como a Agência da ONU para Refugiados.
O primeiro dia de debates é aberto ao público. As inscrições serão feitas no dia e local do evento, e a UFRR emitirá certificado aos participantes.
O MPF acompanha desde o ano passado a crise migratória que já levou mais de 70 mil venezuelanos a Roraima e ao Amazonas desde 2015.
Um estudo antropológico foi elaborado pelo Ministério Público e apresentado às autoridades brasileiras para esclarecer características culturais dos Warao e a contextualização da crise enfrentada pela Venezuela – que levou à onda migratória ao Brasil. Estima-se que existam em torno de 30 mil venezuelanos vivendo em Roraima e, desses, pouco mais de 16 mil são solicitantes de refúgio.
O estudo sugeriu a promoção de uma oportunidade para intercâmbio de conhecimentos antropológicos com pesquisadores venezuelanos. Sendo assim, a oficina de trabalho deste mês servirá para cumprir esta sugestão dos antropólogos do MPF e estreitar as distâncias entre iniciativas brasileiras e venezuelanas com relação aos emigrantes.
Programação – O primeiro dia da oficina é aberto à comunidade em geral, como professores, pesquisadores e alunos da UFRR, instituições que trabalham com os Warao, indígenas e migrantes venezuelanos. Já o segundo dia é destinado apenas a quem atua diretamente com os Warao, como MPF, Defensoria Pública, Funai, Sesai, prefeituras, dentre outros. Os indígenas Warao poderão participar dos dois dias de evento.
O encontro é resultado das ações do Ministério Público Federal, por intermédio da 6CCR, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e dos procuradores da República em Roraima, no Amazonas e em Belém.
SERVIÇO
Oficina de Trabalho – Deslocamentos indígenas na Venezuela e no Brasil: intercâmbio de conhecimentos
Data: 26 e 27 de setembro de 2017
Local: Auditório Alexandre Borges, no campus da Universidade Federal de Roraima (endereço Av. Cap. Ene Garcês, 2413 – Aeroporto, Boa Vista)
Baixe aqui a programação completa do evento, em PDF, ou veja abaixo .
DefesaNet Esta não é uma ação da gestão da nova Proocuradora-Geral da República, mas é uma dasa quais ela apoiaria com todo o vigor. E é uma ação meritória do MPF através do . MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA SECRETARIA DE APOIO PERICIAL – Centro Regional de Perícia 4 – Vamos trabalhar com dados fornecidos pelo PARECER TÉCNICO N°10/2017 – SP/MANAUS/SEAPE
O trajeto dos Warao entre a região do delta do Orinoco e a cidade de Manaus envolve cerca de 1700 km de estradas a partir de Tucupita, principal centro de irradiação dos deslocamentos até o Brasil (Figura acima). Outro ponto do Parecer Técnico:
Os indígenas que haviam permanecido por algum tempo em Boa Vista me relataram que as condições de permanência ali não eram tão favoráveis, o que estimulou seu deslocamento para Manaus. Dentre as várias razões alegadas para a mudança de uma cidade para a outra é possível citar: 1) a disseminação de um discurso que desestimulava os cidadãos de Boa Vista a dar dinheiro para os indígenas, o qual era reproduzido pelos administradores do CRI (o que era apontado pelos Warao como a proibição de pedirem dinheiro nas ruas); 2) as condições de abrigamento no CRI, sobretudo no que diz respeito à convivência conflituosa com os criollos (não indígenas) e à alimentação disponível, a qual era vista como insuficiente e incompleta (serviam apenas arroz e macarrão, sem nenhuma carne); 3) a grande dificuldade por parte dos homens Warao em obter trabalho; e 4) a concorrência para venda de artesanato, gerada pela grande quantidade de indígenas Warao na cidade. A Venezuela caminha para ser um protetorado da Rússia. É evidente que Grupos Indígenas, como os Warao são ideiais para iniciar uma ação de infiltração ao estilo da Criméria na Ucrânia. Em vez dos "Green Men" teríamos os "Green Indians"? O Estado de Roraima tem uma densidade populacional baixa limitada em maior parte pelo Território Yanomâni, que faz fronteira com a Venezuela. No futuro próximo teremos graves conflitos, com complexas ações de desistabilização, no "Arco Norte da Fronteira" do Brasil. Ver nota da 1ª Bda Inf Selva Link O editor
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Membros da etnia Warao acampados na Rodoviária de Manaus Foto -Amazônia Real