FAB testa uso de aeronaves remotamente pilotadas para inspeção em voo

Tenente Gabrielli E Capitão Monteiro

A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), pesquisa o uso de aeronaves remotamente pilotadas (RPA, sigla em inglês para Remotely Piloted Aircrafts) – popularmente conhecidas como drones – para inspeção em voo de equipamentos de auxílio à navegação aérea.

No fim do mês de abril, foram realizados ensaios no Aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf, de São José dos Campos (SP), com o Precision Approach Path Indicator (PAPI) – sistema de luzes brancas e vermelhas que auxilia no pouso de aeronaves.

Para a realização dos testes, trabalharam em conjunto o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) e o Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV). Segundo um dos responsáveis pelo ensaio, Capitão Controlador de Tráfego Aéreo Ricardo Silva de Oliveira, a substituição de aeronaves por drones nessas aferições diminui os custos do processo, mantendo os elevados níveis de segurança operacional.

"A aeronave comum precisa de combustível, pilotos altamente capacitados e os equipamentos que leva a bordo são caríssimos. Com os drones, conseguimos, inclusive, realizar as inspeções em condições meteorológicas mais críticas, em que a aeronave não conseguiria", avalia o capitão.

Inicialmente, o projeto estuda o uso de drones em auxílios visuais, como é o caso do PAPI, mas a expectativa é de que, no futuro, os auxílios eletrônicos também possam ser abarcados.

Neste ensaio, foi utilizada a câmera do drone em substituição à visão dos pilotos. Com um padrão, estabelecido a partir de cálculos, a aeronave remotamente pilotada vai a campo e faz a leitura dos auxílios à navegação. Ao cruzar os dados, ela automaticamente verifica se a informação colhida condiz com o esperado.

Para aferir o PAPI, por exemplo, é sabido que, em altitude e ângulo determinados, é preciso que sejam visualizadas duas luzes brancas e duas vermelhas. Caso isso não aconteça, significa que o equipamento de auxílio precisa ser calibrado. "Os resultados que temos obtido nos ensaios têm sido melhores que o esperado", afirma o Capitão Ricardo Silva. Novos testes estão previstos para acontecer entre os dias 20 e 24 de maio.

“A dedicação incansável às atividades de pesquisa é o que permite o emprego de novas tecnologias ao longo do processo de gerenciamento da navegação aérea. Dessa forma, o DECEA garante que os recursos empregados no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileira estejam sempre entre os mais atuais e modernos disponíveis”, afirmou o Diretor do ICEA, Coronel Aviador Robson Louzada de Lima Ferreira.

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