As Forças Armadas da Colômbia Focam em Tecnologia Pós-Conflito de Ponta

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Robert Shaw

Com a polícia e o Exército colombiano se preparando para uma nova era pós-conflito no país, novas divisões serão criadas "com o foco em tecnologia e mobilidade de ponta", como as forças especiais, de acordo com as declarações recentes do Ministro da Defesa Luis Carlos Villegas.

O acesso local e direto à tecnologia de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR, por sua sigla em inglês) será crucial nos próximos anos para vigilância da fronteira e monitoramento de substâncias ilícitas.

Por essa razão, o Tenente-Coronel José Forero, do Batalhão de Manutenção e Suprimento José María Rosillo do Exército Colombiano,acredita que é importante para o Exército estar na vanguarda da produção local usando as novas tecnologias.

Sistemas UAV usados para missões de contrainsurgência e narcóticos

O veículo também é apoiado por um sistema de drone que envia informações diretamente para o comandante, dando a ele o conhecimento situacional máximo em termos de terreno e potenciais atores hostis.

Saumeth diz que a Colômbia é pioneira na região no envio de sistemas de drone ou de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), usando-os intensivamente no envio para missões de contrainsurgência e narcóticos.

“O Exército os usa primariamente para operações em terra para aumentar a capacidade operacional tática das missões tipo ISR em operações de campo em tempo real e maximizando a cobertura na arena de combate", disse Saumeth.

Desde 2013, as Forças Especiais do Exército têm usado os VANTs Parrot AR-Drone, o Aerovironment RQ-11B Raven e o Aerovironment RQ-20 Puma para missões de contrainsurgência.

“Começaremos a construção do Cobra 3.0 em janeiro do ano que vem", disse o Ten Cel Forero. "Discutimos o uso de sistema de rastreamento por GPS, e é bem provável que ele seja incorporado à nova versão, mas ainda não determinamos qual sistema usaremos." Um grupo seleto de modelos Cobra 3.0 estará pronto para uso em meados de 2017.

Lançamento do novo veículo Cobra 2.0 do Exército

No dia 10 de junho, o Batalhão de Manutenção e Suprimento do Exército lançou os primeiros modelos de um veículo de fabricação própria e multiuso usando a mais recente tecnologia no mercado, a unidade tática Cobra 2.0, que é um veículo utilitário esporte do tipo Jeep leve, ágil e adaptável.

“É o primeiro veículo desse tipo projetado, criado e montado na Colômbia”, disse o Ten Cel Forero à Diálogo.“Temos seis desses veículos em uso e temos mais 30 em linha para 2017.”

Com o apoio da Guarda Nacional da Carolina do Sul e do Comando do Sul dos Estados Unidos ao Batalhão de Manutenção e Suprimento, esse novo modelo tático dá ao Exército da Colômbia uma maior mobilidade para se mover mais rápido no campo de batalha.

De acordo com Erich Saumeth, perito em defesa e segurança da InfoDefensa, um website de notícias de defesa, essas novas tecnologias ajudarão o Exército a lidar com as ameças presentes e futuras que minam os esforços de segurança por toda a Colômbia.

“Nos próximo anos, o uso da tecnologia móvel em tempo real será essencial para cuidar dos ataques constantes do Exército Nacional de Libertação (ELN, por sua sigla em espanhol) em oleodutos e ameaças mais recentes feitas pelas gangues criminosas narcoterroristas", disse Saumeth.

O uso primário do veículo Cobra 2.0 é combater o tráfico de drogas e o crime organizado, além das missões de segurança de fronteira. O veículo é equipado com mísseis antitanque e metralhadoras M60 E4 e 0.50 MK 40 mm.

"Ele foi projetado para ser eficientemente aerodinâmico, extremamente leve e totalmente adaptável usando um sistema de armas com uma torre traseira capaz de disparar num movimento de rotação de 360 graus", disse o Ten Cel. Forero.

Ao mesmo tempo, a traseira do veículo pode ser transformada em ambulância para missões humanitárias e também pode ser atrelada e transportada por helicóptero quando necessário.

Polícia foca em tempos rápidos de reação e resposta

De acordo com Saumeth, a força policial colombiana também usa uma variedade de medidas de ponta em tecnologia ISR para segurança preventiva, tirando vantagem dos tempos rápidos de reação e resposta.

O Coronel Giovanny Riaño Garzón, chefe da Unidade de Defesa Contra Terrorismo,Químicos, Biológicos, Radiológicos, Nucleares e Explosivos (CBRNE, por sua sigla em inglês) da Diretoria da Polícia Nacional da Divisão Criminal e Interpol, disse à Diálogo que muito do trabalho requer aumento de mobilidade e flexibilidade por causa do terreno colombiano.

“Usamos os modelos mais recentes em robôs antiexplosivos, incluindo um modelo OD e os dispositivos de operação remota Andrus de fabricação americana juntos com coordenadas de referência por GPS em zonas de alto risco como Choco, Norte de Santander, Antioquia, Arauca e Cauca", disse o Cel Riaño.

"Os explosivos que encontramos são tipicamente de fabricação caseira pelos grupos de crime organizado, a FARC e o ELN com o uso prévio de granadas e depois primariamente os IEDs", adicionou o Cel Riaño.

O Cel Riaño também detalhou como suas forças usarão as novas tecnologias no combate de dispositivos de armas químicas e nucleares como parte das unidades de respostas CBRNE.

“Temos algo como 50 detectores de radiação e estamos preparados para lidar com um ataque potencial usando armas químicas como o gás Sarin. Agora operamos de Bogotá, mas no próximo ano planejamos expandir para vários departamentos por todo o país", concluiu o Cel Riaño.

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