Fusão da Raytheon e da United Technologies criará gigante mundial de defesa

A Raytheon e a United Technologies anunciaram neste domingo um acordo de fusão, o que criará um gigantesco conglomerado americano na indústria da defesa e da aeronáutica. A nova entidade, Raytheon Technologies Corporation, será criada por meio de uma troca de ações entre as duas empresas, que deve ser concluída na primeira metade de 2020, indicaram em um comunicado conjunto.

"A transação criará um provedor de sistemas de primeiro nível com tecnologias avançadas para abordar segmentos rapidamente crescentes dentro do setor aeroespacial e de defesa", disseram a Raytheon e a United Technologies (UTC) no texto.

Os acionistas da Raytheon, mais conhecida por seus sistemas de defesa antiaérea Patriot, famosos durante a primeira Guerra do Golfo, e por seus mísseis Tomahawk, receberão 2,3348 ações da United Technologies por cada um de seus títulos. Uma vez selada a união, os acionistas da UTC terão 57% da nova entidade os da Raytheon os 43% restantes, apontou o comunicado.

A United Technologies é um peso pesado no setor aeroespacial com seus motores Pratt e Whitney, usados em aeronaves civis e militares, incluindo o caça F-35, considerado um dos aviões de combate mais avançados do mundo.

Esta "fusão entre iguais" estará selada depois de que a United Technologies se desprender de suas divisões Otis (elevadores) e Carrier (ares-condicionados). Essa operação, que envolverá cerca de 500 pessoas, deve ser concluída "na primeira metade de 2020", segundo o documento.

A fusão transformará as duas companhias em um conglomerado com uma lista variada de marcas conhecidas, estando cada uma entre as melhores em sua especialidade. O diretor executivo da UTC, Gregory Hayes, arquiteto da fusão, assumirá a liderança do novo grupo, enquanto seu par na Raytheon, Thomas Kennedy, será o presidente da junta.

Dois anos depois da união, Hayes ocupará ambos os cargos. Hayes esteve à frente da UTC desde 2016 e gerenciou a compra por 23 bilhões de dólares da fabricante de motores de aviões Rockwell Collins.

Graças em parte a Rockwell Collins (depois batizada Collins Aerospace), a UTC conseguiu bons resultados no primeiro trimestre de 2019. A Collins também produz assentos, freios, trens de pouso e equipamentos elétricos, pneus e hidráulicos para aviões.

Também oferece serviços de manutenção de aeronaves. Suas vendas subiram 71%, até 6,51 bilhões de dólares, no primeiro trimestre de 2019. A união da Raytheon e da United Technologies criará um dos maiores grupos de defesa do mundo em termos de capitalização na bolsa, cerca de 168 bilhões de dólares, mesmo se diminuir com a saída próxima da Otis e da Carrier da UTC.

Segundo o comunicado, o novo conglomerado terá este ano vendas no valor de 74 bilhões de dólares.

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