Exército Brasileiro apoia pesquisa científica na Amazônia

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Wilson Aquino


O projeto de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento Oceano Verde , que reúne cientistas de todo o Brasil na Amazônia para pesquisar, conta com a ajuda do Exército Brasileiro.

Soldados do Comando Militar da Amazônia (CMA) prestarão apoio logístico e estrutural a cientistas que participam do projeto ao longo dos 11.000 km de fronteira da Amazônia brasileira. O CMA mobilizará 30 unidades militares, incluindo batalhões, companhias, pelotões e destacamentos em 2015, embora as autoridades do Exército e do governo ainda não tenham anunciado a data precisa.

O General de Exército Guilherme Cals Theophilo de Oliveira, Comandante Militar da Amazônia, concebeu a iniciativa, que permitirá que cientistas façam importantes pesquisas científicas numa região de difícil acesso.

Muitos cientistas acreditam que a flora, a fauna, bactérias, fungos e outros microrganismos encontrados nas florestas tropicais têm enorme potencial para serem usados como medicamento e alimento, além de uma variedade de produtos industriais. Mas as dificuldades para percorrer a Amazônia e estabelecer instalações ali têm muitas vezes impedido que os cientistas façam importantes pesquisas na região de maior biodiversidade do mundo.

Em breve, graças ao apoio dos militares, “os cientistas poderão conduzir livremente suas pesquisas para as instituições convidadas”, diz o Coronel de Infantaria Luiz Gustavo Couto Costa Evelyn Soares, gerente do projeto.

Além de propiciar apoio logístico, o Exército incentivará a pesquisa em temas de interesse para as comunidades que moram na floresta, como energia, comunicação e água potável. Vinte e quatro Pelotões de Fronteira do Exército, que historicamente apoiam pesquisadores científicos, estarão disponíveis para prestar assistência.

“Na época em que foram criados, em 1950, os Pelotões de Fronteira dispunham de espaços para terceiros [civis] que eram apenas preenchidos pela comunidade científica”, diz o Coronel Evelyn.

Apresentações a cientistas e pesquisadores

O projeto Oceano Verde tem sido apresentado a cientistas e representantes de institutos de pesquisa do país com o lema “Amazônia: conhecer para preservar". O General Oliveira explicou a iniciativa para cerca de 60 cientistas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia, em 18 de março.

“Queremos que os cientistas explorem suas diferentes linhas de pesquisa com o apoio dos Pelotões de Fronteira, em parceria com a Força Aérea e a Marinha, que proverão todo o apoio logístico aos cientistas, levando assim a um maior conhecimento sobre a Amazônia”, disse o General Oliveira. “Só podemos defender o que conhecemos, e só podemos desenvolver o que conhecemos.”

Em 2 de abril, o assessor de Relações Institucionais do Comando Militar da Amazônia (CMA), General de Brigada Franklimberg Ribeiro de Freitas, também reuniu cientistas para apresentar o programa na sede do CMA. Os encontros entre o CMA e a comunidade científica continuarão até que o projeto final tenha sido concluído, o que deve ocorrer no fim de maio. O General Oliveira também apresentará o programa nas principais universidades brasileiras.

Objetivo de melhorar a qualidade de vida

A corajosa iniciativa do General Oliveira traz uma grande promessa para as descobertas científicas, disse o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, em 26 de março, durante entrevista à Rádio Nacional em Brasília.

“A iniciativa do general é excelente para o país inteiro. A Amazônia é um mundo completamente diferente do resto do planeta. As possibilidades são enormes; podemos alcançar muitas coisas maravilhosas. Estou extremamente entusiasmado com essa ideia.”

Segundo as diretrizes de preparação do projeto de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento Oceano Verde , a prioridade do CMA é melhorar a qualidade e as condições de vida dos 25 milhões de habitantes da densa floresta amazônica através da criação de alternativas à exploração predatória.
 

“Essa é a única maneira pela qual podemos preservar a floresta em vez de destruí-la, porque assim eles ficarão orgulhosos de seus recursos naturais únicos. E, exatamente por isso, o Exército Brasileiro está se juntando à comunidade científica em uma tentativa de preencher essa lacuna de conhecimento e promover o desenvolvimento sustentável na região”, diz o documento.

O Oceano Verde baseia-se em diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa e da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa busca tornar-se um ponto de referência nacional para a pesquisa e o desenvolvimento na Amazônia, sempre abordando o desenvolvimento sustentável regional para os povos indígenas.

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