Ollanta Humala: A luta contra o terrorismo ainda não pertence ao passado

O problema do combate ao terrorismo ainda não faz parte do passado no Peru, disse o presidente Ollanta Humala ao completarem, em 12 de setembro, 20 anos da captura de Abimael Guzmán, líder da guerrilha do Sendero Luminoso que, segundo o governante, está em busca de uma segunda batalha.

“A luta contra o terrorismo ainda não pertence ao passado… não podemos dizer que o terrorismo tenha acabado”, disse Humala em entrevista coletiva à imprensa estrangeira em Lima, a primeira desde que assumiu o mandato há pouco mais de um ano.

O governante disse que o Estado peruano “pecou pela ingenuidade” ao permitir que muitos ex-membros da guerrilha Sendero Luminoso tivessem hoje liberdade de ação. “Eles saem da cadeia sem arrependimento e querem uma segunda batalha, mais elaborada, mais estruturada, infiltrando-se em sindicatos e organizações”, disse.

Assim sendo, disse ele, existem atualmente no Peru “organizações ligadas ao terrorismo, como o Movadef, que é considerado o braço político do Sendero Luminoso, e dirigentes da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos Humanos no Peru”, que têm uma forte influência em alguns setores sociais.

“É um erro que o Estado vem cometendo, deitar-se sobre os louros de capturas importantes [de líderes do Sendero Luminoso] e não combater o restante da organização através de uma política de presença do Estado… com delegacias, escolas, centros de saúde e estradas” em áreas afastadas do país.

Por isto, disse que seu governo está tomando “providências concretas nas regiões onde ainda há remanescentes escondidos do grupo terrorista, na zona do VRAEM” (Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro, no sudeste de Lima).

“Estamos levando infraestrutura e programas sociais para os jovens dessa região e fortalecendo as instalações da Polícia e das bases de combate ao terrorismo”, informou.

Abimael Guzmán, de 77 anos, foi capturado por uma unidade de inteligência policial no dia 12 de setembro de 1992 em uma residência em Lima, e está preso em uma penitenciária militar de segurança máxima.

Guzmán comandou o Sendero Luminoso com mão de ferro, uma das guerrilhas mais sangrentas da América Latina, que desatou um conflito interno que deixou cerca de 70 mil mortos entre 1980 e 2000 no Peru, segundo a Comissão da Verdade e Reconciliação.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter